Delcídio do Amaral entregou gravação de conversa do ministro da educação com assessor. Novo escândalo deve adiar anúncio de Lula como ministro para quarta-feira.
O senador do Partido dos Trabalhadores (PT) Delcídio do Amaral afirmou que o ministro da Educação do Brasil, Aloízio Mercadante, lhe ofereceu dinheiro para que não prestasse informações à operação anti-corrupção Lava Jato. O ministro já reagiu, em conferência de imprensa, desmentindo tais acusações, "deixo muito claro que não fiz nenhuma proposta (de ajuda financeira)".
As declarações de Delcídio constam no quinto termo de depoimento da delação premiada [prestação de informações em troca de possível redução de pena], entre o Ministério Público e o Senador, que foi homologado hoje pelo Supremo Tribunal Federal do Brasil.
Segundo o senador, o seu assessor, Eduardo Marzagão, foi contactado inicialmente por uma assessora de Mercadante e participou em algumas reuniões com o ministro nas quais ele teria feito tais propostas.
"Aloízio Mercadante, em tais oportunidades, disse a Eduardo Marzagão para o depoenteter calma e avaliar muito bem a conduta a tomar", disse o senador.
"A mensagem de Aloízio Mercadante, a bem da verdade, era no sentido do depoente [o próprio Delcídio] não procurar o Ministério Público Federal para, assim, ser viabilizado o aprofundamento das investigações da Lava Jato", completou.
Sobre as dificuldades financeiras enfrentadas pela família do senador após a sua prisão, Mercadante teria dito que o pagamento de advogados poderia ser solucionado provavelmente através de uma empresa ligada ao PT.
Delcídio foi preso em novembro do ano passado depois de Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, entregar ao Ministério Público uma gravação áudio de uma reunião na qual Delcídio propunha fazer pagamentos e criar um plano de fuga para o ex-diretor deixar o país se não colaborasse com as investigações da Justiça.
Depois de a gravação ser entregue, o senador foi preso e acusado de tentar obstruir as investigações. Foi libertado no dia 18 de fevereiro sob condição de se manter em recolhimento domiciliário.
Anúncio de Lula no governo de Dilma adiado?
Vários jornais brasileiros dizem que mais este episódio vai ter uma consequência imediata: Lula da Silva só será anunciado como novo ministro do governo amanhã, quarta-feira.
A Folha de S. Paulo adianta que a Presidente Dilma Rousseff chamou o núcleo político do governo federal para avaliar o impacto da denúncia de Delcídio.
Fonte: TSF
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