quarta-feira, 16 de março de 2016

Museu Grão Vasco em Viseu quer cem mil visitantes de prenda pelo centenário


O Museu Nacional Grão Vasco, de Viseu, no ano em que celebra o seu centenário, gostaria de atingir os cem mil visitantes, uma fasquia que parece possível, atendendo aos números já registados em janeiro e fevereiro.

"Constituiria uma belíssima prenda", disse à agência Lusa Agostinho Ribeiro, diretor do museu que hoje assinala a data da publicação da sua fundação, no antigo Diário do Governo.

Segundo Agostinho Ribeiro, "fruto da sua localização, da qualidade do seu acervo e também da designação de museu nacional", que obteve recentemente, o museu tem "atractibilidade suficiente para o aumento do número de visitantes".

Em 2015, o museu registou mais de 86 mil entradas e o responsável está convencido de que, até ao final deste ano -- durante o qual se vão realizar várias iniciativas comemorativas -- será atingido o número de 100 mil.

"Penso que o alcançaremos, se é que não o vamos ultrapassar, a fazer fé nos registos destes dois primeiros meses", frisou.

Os motivos para visitar o museu são muitos, a começar pelos chamados Tesouros Nacionais, entre os quais as pinturas de Vasco Fernandes, mais conhecido por Grão Vasco.

Agostinho Ribeiro destacou a "obra que é o rosto do próprio museu", "S. Pedro", pintado por Vasco Fernandes, em 1529.

"Foi uma encomenda de um grande bispo do renascimento português, D. Miguel da Silva. Talvez esta constitua a obra referencial, tanto mais que é uma obra-prima do grande pintor, incontornável no conhecimento e na interpretação da História da Arte em Portugal", justificou.

Também submetidas a uma proteção especial para acautelar a sua preservação estão a escultura em madeira dourada "Santa Ana e a Virgem", de Claude Joseph Laprade (1732), e o autorretrato de Columbano Bordalo Pinheiro, "No meu atelier" (1884).

Na opinião de Agostinho Ribeiro, estas são três obras que exemplificam a "diversidade e a qualidade intrínseca" do acervo do Museu Nacional Grão Vasco.

Depois de cem anos de vida, são vários os desafios que continuam a colocar-se ao museu.

"Por um lado, manter aquilo que de bem tem vindo a fazer", como "a conservação, a preservação, o estudo, a classificação das obras de arte e depois expô-las e divulgá-las", explicou.

Por outro lado, há a componente "da afirmação dos museus na contemporaneidade", uma vez que não podem ser "só esse repositório do património que salvaguarda, que preserva, que estuda e que divulga", acrescentou.

Segundo o responsável, um museu tem de "projetar a contemporaneidade" e constituir-se "como um centro de dinamização e de ação cultural", que se abre a diversos públicos e é pluridisciplinar.

"Já não trabalhamos para a comunidade, trabalhamos com a comunidade nestas parcerias que temos vindo a desenvolver com as entidades que fazem o todo da sociedade viseense", sublinhou.

Para o presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques, o Museu Nacional Grão Vasco é "uma âncora da cidade" que faz parte da estratégia ambiciosa que o município tem para o património cultural.

O autarca lembrou que Viseu pretende assumir, "cada vez mais, o seu estatuto de uma cidade com 2.500 anos de História que está a descobrir o seu património material e imaterial", com o objetivo de obter a classificação de Património da Humanidade da UNESCO.

"Esse é um objetivo a oito anos, que o município assume", realçou.

Fonte: Lusa


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