quarta-feira, 16 de março de 2016

LULA DA SILVA ACEITA SER MINISTRO E CONSEGUE IMUNIDADE JUDICIAL


 
Antonio Cruz / ABr
Lula da Silva e Dilma Rousseff
Lula da Silva e Dilma Rousseff
O antigo presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva deverá aceitar integrar o Governo de Dilma Rousseff, conseguindo assim imunidade judicial que o afasta das investigações da Operação Lava Jato.
O jornal brasileiro O Globo revelou que Lula tem marcada para esta terça-feira uma conversa com Dilma Rousseff, dada como definitiva para a atribuição de um ministério.
O jornalista Lauro Jardim garante que ontem Lula avisou vários dos seus conselheiros do Partido dos Trabalhadores que já tinha decidido aceitar o convite para integrar um ministério e voltar ao Palácio do Planalto, com uma possível nomeação para a Casa Civil ou para a Secretaria de Governo, onde ficaria a cargo das relações políticas.
Ao assumir um cargo, Lula da Silva consegue imunidade judicial, depois de o Ministério Público de São Paulo ter pedido a sua prisão preventiva no âmbito de uma investigação sobre crimes cometidos na aquisição de um apartamento de luxo, relacionadas com as construtoras envolvidas no escândalo de corrupção da Petrobras.
Assim, o ex-presidente do Brasil deixará de ser investigado pelos procuradores de São Paulo e pelo implacável juiz Sérgio Moro, responsável pela operação Lava Jato, passando as investigações para o Supremo Tribunal Federal (STF).
O Estado de São Paulo avança ainda que a decisão de Lula só ainda não foi anunciada porque o Governo e advogados de Lula da Silva estudam se não há entraves jurídicos à posse, evitando que Dilma Rousseff seja acusada de obstruir a Justiça.

“Quem tem um Messi quer um Messi no seu time”

Lula da Silva chegou esta manhã a Brasília para um encontro com a presidente Dilma Rousseff, e oficialmente a sua ida para um superministério teria dois objetivos: a recuperação económica e a articulação política para travar o impeachment de Dilma, depois das manifestações deste domingo.
De acordo com o jornal, o ex-presidente irá apresentar exigências para aceitar integrar o governo, entre as quais mudanças na política económica para agradar a sindicatos e movimentos sociais.
Para o deputado Wadih Damous, do PT, a reconhecida habilidade do ex-presidente de dialogar e formar consensos vai ajudar o governo a superar as inúmeras dificuldades com os partidos aliados, especialmente com o PMDB (do vice-Presidente Michel Temer), que dá sinais de que pretende afastar-se do governo.
“Não podemos negar as evidência de que o governo está muito fragilizado e o presidente Lula é muito agregador, tem passado por todos os segmentos da política, tem prestígio internacional, foi o presidente mais bem avaliado da história do Brasil”, afirmou.
E recorreu a uma metáfora futebolística para justificar o apoio: “Quem tem um Pelé, quem tem um Maradona, um Messi; quer um Pelé, um Maradona, um Messi no seu time. Então, o presidente Lula engrossando o time do governo é bom para o governo”, acrescentou.
O Globo sublinha que o grande desafio de Lula caso aceite assumir um superministério será convencer a opinião pública que não está apenas a tentar fugir do juiz Sérgio Moro, que investiga a operação Lava-Jato, ao fazer com que o seu processo seja julgado pelo Supremo Tribunal Federal.
No último fim de semana milhares de brasileiros saíram à rua para protestar contra a corrupção e a pedir a demissão de Dilma Rousseff, na sequência da investigação Lava Jato.
Para o deputado da oposição Pauderney Avelino, líder do DEM, nomear Lula ministro seria uma bofetada na cara da população que foi às ruas.
Na avaliação da oposição, a nomeação seria uma tentativa do governo de proteger o ex-presidente das investigações da Operação Lava Jato pela Justiça Federal do Paraná.
“Esse ato de nomeação é nulo, uma vez que a nomeação não tem outro objetivo que não blindar o Lula para o STF”, afirmou Pauderney Avelino, que avança que a oposição pretende recorrer à Justiça para impedir uma eventual nomeação de Lula, argumentando que a medida seria uma tentativa de “fraude à lei” e “desvio de finalidade”.
AF, ZAP / Move / Agência Brasil

Nenhum comentário:

Postar um comentário