segunda-feira, 25 de abril de 2016

CRUCIFIXO VIKING DESCOBERTO NA DINAMARCA PODE MUDAR A HISTÓRIA DO CRISTIANISMO


 
(dr) Ladby Viking Museum
Descoberto na Dinamarca o crucifixo viking mais antigo de sempre
Descoberto na Dinamarca o crucifixo viking mais antigo de sempre
Descoberta quase por acaso por um amador com um detector de metais, uma cruz de ouro maciço mostrando Jesus com os braços abertos poderá ser o crucifixo mais antigo jamais encontrado na Dinamarca.
Com mais de 1.100 anos, a peça foi encontrada no passado mês de março num campo na ilha de Funen, na Dinamarca.
De acordo com o Museu Viking da cidade de Ladby, onde a peça foi mostrada ao público, a jóia poderá ter sido usada por uma mulher viking de elevadas posses.
É uma descoberta completamente sensacional, que remonta à primeira metade do século X”, explica Malene Refshauge Beck, curadora e arqueóloga do Østfyns Museum, ao jornal dinamarquêsDR Nyheder.
“Este objecto definitivamente estará nos livros de história futuros, uma vez que pode vir a provar que os dinamarqueses se tornaram cristãos muito tempo antes do que se pensava”, diz a arqueóloga.
A descoberta surpreendente foi um puro acaso.
Dennis Fabricius Holm, um habitante de Aunslev, na Dinamarca, cujo passatempo é procurar tesouros com um detector de metais, estava a aproveitar algumas horas de folga a explorar um campo perto de uma igreja medieval.
Inesperadamente, o caçador de tesouros amador encontrou um peculiar pingente de ouro, e publicou uma foto do achado nas redes sociais, onde alguns utilizadores sugeriram que entrasse em contacto com um arqueólogo.
Dennis Fabricius Holm com o seu achado, o mais antigo cruxifixo viking da Dinamarca
Dennis Fabricius Holm com o seu achado, o mais antigo cruxifixo viking da Dinamarca
A jóia viking mede cerca de 4,1 centímetros de comprimento e mostra um homem com os braços estendidos. A figura de Jesus é feita de ouro e pesa 13,2 gramas.
A cruz provavelmente pertencia a uma mulher rica, embora, de acordo com o museu, não seja claro se a mulher era cristã ou uma pagã viking que usasse alguns bens roubados.
O acessório viking é raro, de mais do que uma forma – antes de mais, porque é incomum encontrar uma jóia delicada e cara intacta num campo aberto.
Além disso, apesar de alguns arqueólogos já terem encontrado fragmentos de cruzes em cemitérios vikings, elas datam de períodos posteriores, eram feitas de prata e eram menores do que esta.
Tendo sido datado com origem na primeira metade do século X, a nova descoberta antecede as pedras de Jelling – duas pedras rúnicas de 965 dC, encontradas na cidade dinamarquesa de Jelling.
A igreja medieval perto do local onde o crucifixo foi encontrado data dos anos 1200, mas outros objectos raros, entre os quais uma pedra rúnica, já tinham sido anteriormente desenterrados na área .
Isso sugere que a igreja pode ter sido construída perto de um antigo acampamento viking.

Piratas em part-time

Segundo Malene Refshauge Beck, a nova descoberta altera a data a que se atribui a implantação do cristianismo na região.
“Nos últimos anos tem havido cada vez mais sinais de que o Cristianismo se espalhou mais cedo do que se pensava anteriormente – e, até agora, esta descoberta é a prova mais clara disso”, afirmou a curadora.
Os historiadores acreditavam que os piratas vikings pilharam e aterrorizaram a Europa durante séculos – antes de se converterem no século XI ao Cristianismo e passarem a levar uma vida “bem comportada” de orações, agricultura e idas à igreja.
Ao longo das últimas décadas, porém, arqueólogos e historiadores perceberam que a história era na realidade muito mais complexa.
Por exemplo, a maioria dos vikings eram piratas apenas uma parte do tempo – trabalhavam também como agricultores – e as mulheres participavam também nas aventuras dos viking.
Muitos vikings não se limitavam a saquear e fugir, mas estabeleciam centros urbanos que estão ocupados ainda hoje, como as cidades de Dyfflin ou Dublin, que foram fundadas por vikings.
O crucifixo esteve em exposição durante a época da Páscoa no Museu Viking em Ladby, mas foi entretanto recolhido e enviado para trabalhos de preservação.
ZAP / HypeScience

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