24 Abril, 2016
O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, afirmou este sábado em Santarém, que ficou “espantado com um editorial de um jornal de referência”, que esta semana mandou calar um ex-primeiro-ministro, considerando que este “não é um bom sintoma de democracia”.
“Achei estranho”, disse o presidente do PSD, lembrando que discordou “profundamente” do seu antecessor, sendo por isso “absolutamente isento” na observação que fez.
Pedro Passos Coelho referia-se ao editorial do jornal Público do passado dia 21, publicado sob o título de “Cala-te Sócrates“, no qual o periódico aconselha o ex-primeiro-ministro a reduzir o âmbito das suas intervenções públicas.
“Em 2007, Juan Carlos perguntou a Hugo Chávez: Porque não te calas?. Hoje, perguntamos o mesmo a Sócrates, com um asterisco: porque não limita a intervenção na esfera pública ao seu caso judicial?“, lê-se no editorial.
“José Sócrates tem todo o direito a usar o espaço público para contestar o processo judicial no qual é arguido, dando entrevistas a rádios e jornais, e publicando artigos de opinião. Podia até ter um blogue pessoal“, acrescenta o texto, “é apenas lamentável que não faça uso de um freio mínimo para conter os mil pensamentos que tem sobre a actualidade política portuguesa“.
“Que terá acontecido na sociedade portuguesa para que um jornal de referência faça um editorial a mandar calar um político”, perguntou Pedro Passos Coelho, que intervinha nas primeiras Conferências da Liberdade da concelhia de Santarém do PSD.
“Tolerar apenas que se possa defender da justiça na comunicação social? Deveria ser ao contrário, ele deveria defender-se da justiça na justiça e recorrer à comunicação social e ao público em geral para confrontar as suas ideias”, aponta o presidente do PSD.
Para Passos Coelho, “não é um bom sintoma de democracia que haja na opinião editorial de um jornal de referência a convicção de que o melhor que ele podia fazer era calar-se”.
ZAP
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