Ministro das Finanças esteve esta quarta-feira reunido com os partidos de esquerda e o aviso foi claro: não há margem para medidas de apoio social ou à economia.
O Governo informou ontem os partidos de esquerda que no Programa de Estabilidade, que terá de ser entregue em Bruxelas até ao final do mês, a margem para reforçar medidas que ajudem a economia ou reforcem apoios sociais é quase nula, avança a TSF.
Segundo uma fonte do Governo, o ministro Mário Centeno, que teve reuniões separadas com Bloco de Esquerda, PCP e Verdes, traçou um cenário “conservador” para a evolução da economia portuguesa nos próximos tempos.
Em causa estão dois fatores preponderantes como as medidas negociadas com Bruxelas para o Orçamento deste ano e a conjuntura externa, que puxou para baixo não só as previsões da economia portuguesa mas também da europeia.
Em declarações à rádio, a mesma fonte adianta que as regras do Tratado Orçamental da UE são muito rígidas, o que não permite ao Governo socialista esticar a corda ou ter expectativas demasiado otimistas.
Apesar das novidades não serem entusiasmantes, não haverá qualquer intenção entre os partidos de esquerda de levar a votos o documento do Programa de Estabilidade que vier a ser apresentado no Parlamento.
Em jeito de resposta ao aviso de Centeno, a bloquista Catarina Martins reagiu esta manhã, em declarações à SIC Notícias, avisando que o Bloco é sensível às dificuldades mas não está disponível para que o Estado pague a bancos falidos.
“Portugal não está a viver uma situação fácil. Nós temos um acordo de maioria parlamentar para ter uma estratégia diferente da que foi seguida nos últimos anos. E que em vez de resolver os problemas só fragilizou mais a economia portuguesa”, afirmou, citada pela TSF.
“Portugal já está a viver muitas restrições orçamentais. Se são mais restrições para salvar a banca, talvez seja má ideia. Temos feito assim até agora e sem grande resultado”, relembrou.
A coordenadora do Bloco de Esquerda lamentou ainda a forma como o nome de Elisa Ferreira foianunciado ontem para o cargo de vice-governadora do Banco de Portugal.
“Estranho o anúncio feito pelo Presidente da República. Seria mais saudável para a democracia se houvesse uma indicação formal”. Sobre Elisa Ferreira, a deputada reagiu apenas dizendo que é um nome que “merece respeito”.
A segunda reunião entre o ministro e os partidos de esquerda ainda não está agendada, mas poderá acontecer já no início da próxima semana.
ZAP
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