segunda-feira, 2 de maio de 2016

IPSS’s vivem tempos de incertezas | BRAGA

Fundado há 14 anos, o Centro Social da Paróquia de Gualtar disponibiliza respostas sociais que vão desde a primeira infância à terceira idade.

Assim, na primeira resposta dirigida para a infância, o centro tem a Creche e o Jardim-de-Infância (Pré-escolar). Na Creche oferece equipamentos de natureza socioeducativa, vocacionados para o apoio à família e à criança, destinado a acolher crianças até aos 3 anos de idade.

Cândida Duarte, directora técnica da creche e educadora na instituição explica que a creche divide-se em dois módulos. “Proporcionamos actividades diversificadas, onde as crianças aprendem brincando. Estimular os sentidos, adquirindo valores, sempre baseado nos afectos”.

O Jardim-de-Infância (Pré-escolar) sob a coordenação pedagógica de Vânia Silva, presta apoio socioeducativo naquela que é a primeira etapa da educação básica, sendo complementar da acção educativa da família. Atende utentes com idades compreendidas entre os 3 e os 6 anos até ao ingresso no ensino básico.

No total, perto de 150 crianças frequentam a creche (83) e o jardim-de-infância (65), embora a instituição só tenha acordo com a Segurança Social para 44 crianças no caso da creche e no jardim-de-infância para 60.

Em tempos, já teve ATL, mas alterações nas políticas governamentais ditaram o seu encerramento, levando à reorganização dos espaços na resposta de apoio à infância. “Já tivemos ATL, aproveitamos essa mudança para rentabilizar outras respostas sociais, como foi o caso da creche”, contou o presidente do centro.

O padre Domingos Brandão, presidente do Centro Social e Paroquial de Gualtar lamenta a inst abilidade das políticas que quem governa, colocando, muitas vezes, em causa as opções e o trabalho desenvolvido pelas IPSS (Instituições Particulares de Solidariedade Social). “Actualmente, a dificuldade é não podermos contar com nada, não haver certezas de nada. É como um casamento, onde as pessoas se entregam com total confiança”, afirmou o padre Domingos Brandão, advertindo que “hoje é mais perigoso ir para uma IPSS porque não sabemos o que podemos contar. O responsável pela instituição recorda que logo no início da criação do centro, estava tudo preparado, com a respectiva luz verde da Segurança Social para avançar e, surpreendentemente tudo mudou.”

“Com esta maré de incertezas, a instituição tenta equilibrar o barco que está pelas pontinhas”, explicou o padre Domingos Brandão, adiantando que “em matéria de sustentabilidade há desequilíbrio nas diferentes respostas sociais. Temos valências que dão prejuízos e que são suportadas por outras. No caso do segundo módulo da creche tivemos que contratar pessoal e, simplesmente, não há acordo com a Segurança Social o que tem desequilibrado as coisas.”

O presidente da instituição realça a condições do centro. “Temos excelentes condições para albergar os nossos utentes. A instituição nasceu a partir de uma casa que foi deixada por herança de uma benemérita à paróquia”, frisando que “este é um espaço esplêndido onde funciona exclusivamente para a acção social”. Neste espaço funcionam as várias respostas sociais, nomeadamente o apoio à terceira idade e à infância, concretamente o Centro de Dia, o Serviço de Apoio Domiciliário, a Creche e o Jardim-de-Infância.

autor
Isabel Vilhena | BRAGA

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