O presidente
do Sindicato da Construção de Portugal, Albano Ribeiro, disse hoje que, na
terça-feira, foi feita uma queixa da construtora Soares da Costa à Polícia
Judiciária por atrasos nos pagamentos aos trabalhadores.
Em declarações
à Lusa horas depois de uma conferência de imprensa sobre o assunto, Albano
Ribeiro voltou a acusar a Soares da Costa de ter "oito milhões de euros em
dois bancos", o que, segundo o presidente do sindicato, "dava para
pagar os salários todos em Angola e em Portugal".
Sobre o caso
dos cerca de 40 trabalhadores na obra do Hotel Monumental, no Porto, fonte da
empresa disse apenas que estão em atraso cinco dias de pagamento que serão
retificados até ao final da semana.
No entanto,
Albano Ribeiro rejeita que sejam apenas cinco dias e declara que há
trabalhadores com "quase dois meses de salários em atraso dentro da
obra", tendo sido pedida uma reunião ao presidente da empresa responsável
pela construção do hotel, Mário Ferreira.
O jornal
Público escreve hoje que a Soares da Costa está "em risco de ser afastada
do Hotel Monumental", citando declarações de Mário Ferreira que afirmou
não aceitar que, "a ser verdade", a situação dos salários em atraso
se prolongue.
"O que eu
disse ao sindicato é que se isso se comprovar é muito grave e pode levar a
anular a decisão", disse Mário Ferreira ao Público.
No final de
abril, o Sindicato da Construção de Portugal aconselhou os trabalhadores da
Soares da Costa com vencimentos em atraso a suspenderem os contratos, para
"pelo menos receberem 70% do salário", se a situação não fosse
regularizada.
Na altura, o
presidente do sindicato adiantou que os perto de 300 trabalhadores da
construtora que estão em situação de inatividade possuem dois meses de salários
em atraso, enquanto os que estão em Angola contam já com cinco vencimentos por
liquidar.
Adicionalmente,
disse Albano Ribeiro, os trabalhadores da empresa em Portugal com vencimentos
acima de 1.700 euros há já quatro meses que apenas recebem esta quantia,
afirmações que repetiu hoje.
A Soares da
Costa anunciou há vários meses que iria proceder ao despedimento coletivo de
várias centenas de trabalhadores, tendo o presidente do Conselho Executivo
assegurado à agência Lusa no passado dia 05 de abril que o processo -- que
abrange 519 funcionários - é "irreversível".
"O
processo é para avançar e vamos dar[-lhe] um andamento muito rápido.
Acreditamos que durante o mês de abril dar-se-á início ao passo seguinte, que é
a informação aos trabalhadores e aos órgãos representativos dos trabalhadores e
o início do processo de negociação", afirmou então Joaquim Fitas,
acrescentando: "Eu não estou a despedir 500 pessoas. Eu estou a salvar
4.000 empregos porque, apesar de tudo, a Soares da Costa ainda é responsável
por pagar 4.000 salários por mês pelo mundo fora".
Fonte: Lusa
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