quarta-feira, 11 de maio de 2016

Marcelo defende que queda das exportações não se deve à política do Governo

O Presidente da República defendeu hoje que a queda das exportações portuguesas no primeiro trimestre não se deve à política económica do Governo, mas a uma conjuntura mundial desfavorável que considerou preocupante.
"Felizmente, não se pode dizer que isso seja resultado da instabilidade ou que seja resultado de uma política globalmente errada, porque há crescimento nas exportações europeias", declarou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, à saída de uma conferência sobre agricultura, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
O chefe de Estado referiu que "há economias fora da Europa que estão a ter problemas" que condicionam as exportações portuguesas para esses mercados. "É um momento de preocupação, não é um momento de alarmismo", concluiu.
Antes, na abertura de uma conferência da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) sobre os fundos do Portugal 2020, o Presidente da República deixou a mesma mensagem.
"Há que estar preocupado com a conjuntura internacional. Há que não entrar em alarmismo, que como sabem corresponde normalmente aos debates políticos de conjuntura, quanto àquilo que não é - no momento em que estamos a analisar - uma tendência global, homogénea, de quebra das exportações portuguesas", afirmou.
Na intervenção que fez nesta conferência, Marcelo Rebelo de Sousa comentou de forma mais detalhada os dados relativos ao comércio internacional de Portugal no primeiro trimestre deste ano, divulgados na terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Marcelo Rebelo de Sousa disse que os dados do INE "mostram um crescimento dentro do universo europeu, no quadro da União Europeia, de 3,5%, mas uma quebra no mundo não europeu de 16,9%, que se traduz depois, tudo somado numa quebra de cerca de 2% das exportações".
"Isto ao mesmo tempo sugere duas reflexões. A primeira reflexão, preocupada. De facto a conjuntura mundial não está a ser favorável, pela sua instabilidade, pelo panorama dos países produtores de petróleo e pela desaceleração de economias emergentes. E no caso de serem mercados destino das nossas exportações, isso não é uma boa notícia", considerou.
Em seguida, o Presidente da República demarcou-se "do pessimismo" daqueles que apontam estes dados como um "sinal irreversível, inexorável de um erro de orientação de política económica já visível ou da instabilidade vivida em Portugal".
"Se assim fosse, não havia a evolução positiva que existe no quadro da União Europeia. Pesa decisivamente o panorama de três economias não europeias relativamente às quais há fatores políticos, económicos e sociais, de grau diferente, que condicionam as nossas exportações", argumentou.
Fonte: Lusa

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