Os Emirados Árabes Unidos estão a planear construir uma montanha para provocar a queda de chuva – um projecto megalómano que é, para já, apenas uma ideia, que pode nunca passar disso.
Num país onde a chuva é escassa, a possibilidade de se criar uma montanha feita pelo homem, para promover a chuva, é vista como uma possível boa solução de futuro.
E é essa hipótese que está a ser estudada por um grupo de cientistas norte-americanos, em colaboração com o Centro Nacional de Meteorologia e Sismologia dos EAU que avançou com um financiamento de 400 mil dólares (cerca de 350 mil euros).
Especialistas do Centro Nacional para a Pesquisa Atmosférica dos Estados Unidos estão, nesta fase, “aavaliar os efeitos no tempo através do tipo de montanha, quão alta deve ser e como as colinas devem ser”, explica ao Arabian Business o investigador que lidera o projecto, Roelof Bruintjes.
“Teremos um relatório da primeira fase neste Verão como um passo inicial”, refere ainda o cientista do NCAR, sublinhando que “construir uma montanha não é uma coisa simples”, diz Bruintjes.
“Ainda estamos ocupados a terminar a assimilação, por isso estamos a fazer uma extensão de todo o tipo de alturas, larguras e localizações, enquanto simultaneamente olhamos para a climatologia local”, acrescenta.
As montanhas têm um papel determinante, em termos da meteorologia, porque fazem o ar subir, provocando a formação de nuvens que podem ser “inseminadas”.
Este método de inseminação de nuvens – que envolve a injecção de cristais de iodeto de prata para provocar a queda de água – já vem sendo usado esporadicamente, nomeadamente nos próprios EAU.
O país do Golfo Pérsico terá gasto, em 2015, mais de 500 mil dólares (à roda de 430 mil euros) neste processo.
É partindo da eficácia deste método, apesar de alguma contestação científica que envolve, que se equaciona a construção de uma “montanha-faz-chuva”, mas ainda não é certo que a ideia se torne exequível.
Por um lado, porque ainda não se sabe se se poderá passar do esboço mental à prática.
E, por outro, porque se o projecto for “demasiado caro” para as autoridades dos Emirados, não avançará, conforme destaca Bruintjes.
De qualquer dos modos, os estudos agora efectuados vão fornecer às autoridades dos EAU “uma ideia do tipo de alternativas que há para o futuro de longo termo”, conclui o investigador.
SV, ZAP
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