Os senadores
brasileiros votam hoje o relatório com o pedido de destituição de Dilma
Rousseff, decidindo assim se a Presidente é temporariamente afastada do cargo
para ir a julgamento e substituída pelo vice-presidente, Michel Temer.
A sessão do
Senado (câmara alta do parlamento) para votar o relatório do senador Antônio
Anastasia favorável à admissibilidade do processo contra Dilma Rousseff - que
foi aprovado sexta-feira na comissão especial do Senado para esse efeito, por
15 votos a favor e cinco contra - deverá começar às 09:00 locais (13:00 em
Lisboa).
O relatório
aponta que há elementos suficientes para que o processo seja aberto e para que
a Presidente seja julgada pelo crime de responsabilidade.
A líder
brasileira é acusada de editar, no ano passado, créditos suplementares e de
usar dinheiro de bancos federais em programas do Tesouro, as chamadas
"pedaladas fiscais".
Na
segunda-feira, o presidente do Senado, Renan Calheiros, disse que a ideia é
concluir a votação às 19:00 horas (23:00 em Lisboa).
"A
expectativa é que tenhamos a participação de 60 oradores, e teremos dez horas
de sessão, mas o objetivo é concluirmos a sessão ainda na quarta-feira",
afirmou.
Os senadores
poderão votar "sim", "não" ou abster-se por painel
eletrónico, e, após a conclusão da votação, será divulgado o voto de cada um.
Para que a
votação tenha validade, devem estar presentes na sessão, pelo menos, 41 dos 81
senadores, e para aprovar o pedido de afastamento de Dilma Rousseff basta uma
maioria simples dos presentes (metade mais um), sendo que o presidente do
Senado só será chamado a votar em caso de empate.
A expectativa
é que os senadores sigam os deputados, que aprovaram o pedido de 'impeachment'
(destituição) a 17 de abril, por 267 votos a favor e 137 contra.
Na avenida
principal de Brasília, onde fica o Congresso, foi instalado o mesmo esquema de
segurança adotado no dia da votação no plenário da Câmara dos Deputados, com
trânsito cortado e um muro para separar manifestantes pró e contra a
destituição.
Os
manifestantes estarão separados por um corredor de 80 metros de largura por um
quilómetro de comprimento e polícias, militares, bombeiros, agentes de trânsito
e de saúde estarão a prestar apoio no local.
Fonte: Lusa
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