O inglês poderá deixar de ser língua
oficial no Parlamento Europeu, caso não sejam alterados os regulamentos, na
sequência da saída do Reino Unido da União Europeia, notou, esta segunda-feira,
a eurodeputada responsável pela comissão dos assuntos constitucionais.
Numa conferência de imprensa, em
Bruxelas, Maria Hubner (Partido Popular Europeu) notou as alterações que serão
necessárias devido à vitória do Brexit no referendo a nível das instituições,
como a alteração, por unanimidade, dos regulamentos para que o inglês possa
continuar a ser uma língua oficial.
A eurodeputada polaca explicou que um
país pode notificar os serviços de uma língua oficial de trabalho, tendo o
Reino Unido a apresentar apenas o inglês, já que a Irlanda avançou com o
gaélico e Malta com o maltês.
"Sem o Reino Unido, não temos o
inglês", comentou a Maria Hubner, explicando ainda que, ao contrário da
Comissão Europeia e do Conselho Europeu, não há normas legais que impeçam os
eurodeputados britânicos de participarem nos trabalhos.
"Não há bases legais para excluir
alguém do Parlamento Europeu", precisou a responsável pela comissão
parlamentar que trata de assuntos institucionais, acrescentando que os
eurodeputados têm a responsabilidade de "representar os cidadãos da União
Europeia (UE) e não apenas dos seus países".
A eurodeputada polaca do grupo
parlamentar que inclui o PSD e o CDS-PP lamentou ainda os "acontecimento
xenófobos" de ataques a polacos e portugueses no Reino Unido.
"São acontecimentos xenófobos
preocupantes, que infelizmente não acontecem apenas no Reino Unido",
lamentou a parlamentar, recordando estudos académicos que demonstram que os
emigrantes polacos, portugueses e romenos têm "pagado mais impostos para o
tesouro do que recebido benefícios".
O Parlamento Europeu vai reunir-se na
manhã de terça-feira para debater o resultado do referendo do Reino Unido e
votar uma resolução, que segundo Maria Hubner deverá ter a versão final esta
noite e que passará pela defesa da "necessidade de reformas na UE e de
finalizar o processo" de saída do Reino Unido.
Fonte: Lusa
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