O Novo Banco disse hoje, em comunicado
ao mercado, que concluiu a execução da solução comercial que foi aceite por
6.000 clientes emigrantes, que tinham investido cerca de 500 milhões de euros
em produtos de poupança do ex-BES.
Estes emigrantes tinham aplicado
poupanças em produtos comercializados pelo Banco Espírito Santo (BES) -
Poupança Plus , Top Renda e EuroAforro8 -- que ficaram em risco aquando da
queda do banco liderado por Ricardo Salgado, no verão de 2014.
Para tentar minimizar as perdas, o Novo
Banco -- o banco de transição que ficou com os ativos menos problemáticos do
BES -- criou soluções comerciais que propôs aos clientes daqueles produtos,
emigrantes, as quais foram aceites por cerca de 80%.
Segundo a informação hoje enviada à
Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), "no dia 19 de abril,
foi efetuada a liquidação em espécie das ações preferenciais do veículo EuroAforro
8 e, posteriormente, a entrega das obrigações seniores do Novo Banco e
constituição dos depósitos a prazo aplicáveis no âmbito da solução comercial,
tendo ficado a solução comercial totalmente implementada relativamente a este
veículo".
Já no mês de junho "foi finalizado
o processo de implementação da solução comercial dos restantes veículos acima
referidos, tendo os clientes que aderiram à solução comercial recebido as
obrigações seniores do Novo Banco e sido constituídos os respetivos depósitos a
prazo".
O Novo Banco diz que está assim
concluída a "implementação da solução comercial" que, segundo fonte
oficial, abrangeu "aplicações no valor de 500 milhões de euros e prevê
recuperar até 90% do capital investido".
Quanto aos clientes que não aceitaram a
proposta comercial, estes ainda poderão exercer a opção de liquidação em
espécie das ações preferenciais "nos anos seguintes", refere a
instituição.
De acordo com a explicação do Novo
Banco, a solução comercial prevê, num primeiro momento, a constituição de
depósito a prazo não mobilizável durante dois anos com uma Taxa Anual Nominal
Bruta (TANB) de 1,5% e a transferência das obrigações no valor global de 60% do
capital investido, assim como a constituição de um outro depósito que garante a
recuperação em seis anos de 90% do capital investido.
Como referido acima, apesar da solução
comercial proposta pelo Novo Banco, nem todos os clientes emigrantes aceitaram.
Aliás, a Associação Movimento dos Emigrantes Lesados Portugueses (AMELP)
recomendou que os seus associados não subscrevessem a proposta por considerar
que não era justa e não se adequava ao perfil desses clientes, uma vez que
implicava a subscrição de obrigações de longa duração do Novo Banco e em que os
depósitos a prazo estarão condicionados ao valor dessas obrigações.
A AMELP criticou ainda que às cerca de
400 pessoas que subscreveram os produtos EG Premium e Euro Aforro10 não tenha
sido oferecida qualquer solução, sendo a única alternativa a reclamação do
dinheiro em tribunal. Já o Novo Banco argumenta que não era possível oferecer
uma solução neste caso devido ao tipo de instrumentos financeiros abrangidos
por estes produtos.
Fonte: Lusa
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J. Carlos
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