Bom dia, este é o seu Expresso Curto
Obviamente demito-me
Bom dia,
Começo com a notícia que faz nesta altura a delícia de quase todos os grandes jornais internacionais. A sonda Juno entrou na órbita de Júpiter. Demorou cinco anos para que esta nave espacial alimentada a energia solar, e uma das mais rápidas de sempre,percorresse 2,8 mil milhões de quilómetros antes de entrar com sucesso na órbita daquele planeta. “Welcome to jupiter” gritou-se às 3.18, hora de Lisboa, no centro de controlo da Nasa.
Voltemos à Terra.
Entre as muitas perguntas que gostaria de colocar ao agora ex-presidente da Caixa Geral de Depósitos, José de Matos, a primeira era esta: Porque levou tanto tempo a apresentar a sua demissão?
O Governo não podia ter tratado pior a Caixa, a sua administração e os seus colaboradores. Nomearam um sucessor que nunca mais toma posse, todos os dias dizem que o banco público está pior do que se pensa ao não conseguirem fechar o dossier de recapitalização do banco, dão conferências de imprensa onde alertam para a redução de pessoas, de balcões e de atividade. E durante todo este processo, nem uma palavra para com a gestão. Pior era difícil. É mesmo um mistério o tempo que Matos e os seus colegas de administração aguentaram.
E assim, no dia em que arranca a Comissão Parlamentar de Inquérito à Caixa Geral de Depósitos, fica-se a saber que afinal já não há administração. Esta demitiu-se. Portanto o banco público está, oficialmente, paralisado. Na prática há várias semanas, meses até, que a incapacidade de resolver esta questão congelou a Caixa.
Ontem, José de Matos quebrou o silêncio que manteve durante os anos que presidiu aos destinos da Caixa Geral de Depósitos. Mas apenas por carta, que enviou ao colaboradores, e assinada também pelo charmain, o professor Álvaro Nascimento. Foi a forma encontrada para a administração se despedir dos colaboradores.
Afinal há ou não sanções? A Europa parece estar numa estratégia de “agarrem-me se não vou-me a eles” para com Espanha e Portugal.Um processo que tem tanto de demorado como de louco. Uma demência a que a Europa já nos habituou.
Esta terça-feira a situação orçamental de Portugal e Espanhaestará em análise na reunião número 2176 da Comissão e que terá lugar em Estrasburgo. É o ponto 16º. Mas uma decisão sobre o tema só mais lá para o fim da semana. Ou mesmo em Outubro. Para já, marque estes dias no seu calendário. Só para ir acompanhando o tema.
Até hoje permanece uma grande dúvida. Está Bruxelas preocupada com o défice do ano passado ou com o deste ano? Costa e Passos divergem também neste ponto, com o primeiro-ministro a continuar a defender que tudo está a correr bem com as contas de 2016, e que por isso não são necessárias mais medidas.
Também Marcelo Rebelo de Sousa acha que tudo está bem. Primeiro, porque acredita que não haverá sanções até porque “se for para sancionar o Governo de Pedro Passos Coelho, é injusto porque esse Governo fez tudo o que era possível para cumprir." E depois porque, "se for para sancionar o Governo de António Costa, é prematuro neste momento". Esperemos então. Parece que são necessários mais uns meses para todos perceberem.
Começo com a notícia que faz nesta altura a delícia de quase todos os grandes jornais internacionais. A sonda Juno entrou na órbita de Júpiter. Demorou cinco anos para que esta nave espacial alimentada a energia solar, e uma das mais rápidas de sempre,percorresse 2,8 mil milhões de quilómetros antes de entrar com sucesso na órbita daquele planeta. “Welcome to jupiter” gritou-se às 3.18, hora de Lisboa, no centro de controlo da Nasa.
Voltemos à Terra.
Entre as muitas perguntas que gostaria de colocar ao agora ex-presidente da Caixa Geral de Depósitos, José de Matos, a primeira era esta: Porque levou tanto tempo a apresentar a sua demissão?
O Governo não podia ter tratado pior a Caixa, a sua administração e os seus colaboradores. Nomearam um sucessor que nunca mais toma posse, todos os dias dizem que o banco público está pior do que se pensa ao não conseguirem fechar o dossier de recapitalização do banco, dão conferências de imprensa onde alertam para a redução de pessoas, de balcões e de atividade. E durante todo este processo, nem uma palavra para com a gestão. Pior era difícil. É mesmo um mistério o tempo que Matos e os seus colegas de administração aguentaram.
E assim, no dia em que arranca a Comissão Parlamentar de Inquérito à Caixa Geral de Depósitos, fica-se a saber que afinal já não há administração. Esta demitiu-se. Portanto o banco público está, oficialmente, paralisado. Na prática há várias semanas, meses até, que a incapacidade de resolver esta questão congelou a Caixa.
Ontem, José de Matos quebrou o silêncio que manteve durante os anos que presidiu aos destinos da Caixa Geral de Depósitos. Mas apenas por carta, que enviou ao colaboradores, e assinada também pelo charmain, o professor Álvaro Nascimento. Foi a forma encontrada para a administração se despedir dos colaboradores.
Afinal há ou não sanções? A Europa parece estar numa estratégia de “agarrem-me se não vou-me a eles” para com Espanha e Portugal.Um processo que tem tanto de demorado como de louco. Uma demência a que a Europa já nos habituou.
Esta terça-feira a situação orçamental de Portugal e Espanhaestará em análise na reunião número 2176 da Comissão e que terá lugar em Estrasburgo. É o ponto 16º. Mas uma decisão sobre o tema só mais lá para o fim da semana. Ou mesmo em Outubro. Para já, marque estes dias no seu calendário. Só para ir acompanhando o tema.
Até hoje permanece uma grande dúvida. Está Bruxelas preocupada com o défice do ano passado ou com o deste ano? Costa e Passos divergem também neste ponto, com o primeiro-ministro a continuar a defender que tudo está a correr bem com as contas de 2016, e que por isso não são necessárias mais medidas.
Também Marcelo Rebelo de Sousa acha que tudo está bem. Primeiro, porque acredita que não haverá sanções até porque “se for para sancionar o Governo de Pedro Passos Coelho, é injusto porque esse Governo fez tudo o que era possível para cumprir." E depois porque, "se for para sancionar o Governo de António Costa, é prematuro neste momento". Esperemos então. Parece que são necessários mais uns meses para todos perceberem.
OUTRAS NOTÍCIAS
Entre as personagens absolutamente fantásticas criadas por Uderzo e Goscinny uma das minhas preferidas é Caius Detritus. O pequeno, discreto, rude, e aparentemente insignificante homem que tem o poder de semear a discórdia por todos os sítios que passa. Quando li a notícia que Nigel Farage se tinha demitido da liderança doUKIP — (e já agora, não perca o texto de Ricardo Marques sobre este aparente fim de Farage) —, não consegui deixar de imaginar que estava de volta às páginas do livro Astérix — A Zaragata. O paralelismo é perfeito. Nada como dividir um país e depois sair de fininho.
Enquanto uns regressam à sua vidinha, outros fazem contas à vida. O Wall Street Journal diz que várias empresas europeiassuspenderam os seus projetos de investimento até perceberem o que irá acontecer. E adianta que o nível de créditos em incumprimento nos bancos italianos será a próxima bomba. Já o Financial Timesdescreve as nove formas como os bancos estrangeiros vão ser afetados pelo Brexit.
Ainda sobre o mesmo assunto, o governo britânico recusa-se a garantir aos cidadãos da União Europeia que poderão continuar naquele território. Para já a única garantia é que, por agora, podem continuar a residir no Reino Unido.
“O tempo das cerejas” valeu-lhe uma Palma de Ouro em 1997. Mas Abbas Kiarostami era muito mais. Reconhecido como o realizador poeta, os seus filmes não eram fáceis. Mas criaram seguidores e uma imagem de culto potenciada por ter sobrevivido no Irão durante um dos períodos mais negros da sua história moderna. Aconselho vivamente que leiam o que Peter Bradshaw tem para nos contar sobre Kiarostami.
Depois de mais um dia sangrento no Médio Oriente, com três ataques suicidas contra mesquitas e um consulado dos EUA na Arábia Saudita em apenas 24 horas, continuam-se a contabilizar os mortos do enorme atentado no centro de Bagdade — 157 vítimas, o ataque mas mortífero do último ano. O governo iraquiano mandou suspender a utilização dos detetores de bombas britânicos vendidos ao Iraque por 53 milhões de libras e que se revelaram falsos. Negócio que levou James McCormick a ser condenado a 10 anos de prisão.
Lembram-se das obras do túnel do Marquês? Caóticas, caso a memória vos traia. A verdade é que valeu a pena o sacrifício. Normalmente é sempre assim. Pode ser que as obras de Fernando Medina também se venham a revelar fantásticas. Até pode. Mas, hoje, morar em Lisboa é sinónimo de dormir num estaleiro e despertar num trânsito terrível. Ontem arrancaram as obras dasegunda circular. Que sejam breves.
Há vários momentos que vão marcar o Euro 2016. A homenagem, na despedida, dos adeptos islandeses à sua equipa, o golo de Shaqiri, eeste, de Cristiano Ronaldo. Sem bola, a fazer o seu trabalho.
Lourenço, o bebé milagre que nasceu 15 semanas depois de a mãe ter sido declarada morta, já foi para casa. Com o seu pai.
Em Espanha tudo na mesma. Rajoy diz que pode governar mesmo em minoria e o PP está a abrandar nas críticas ao PSOE na esperança que este partido se abstenha e permita que forme governo. Essa decisão dos socialistas poderá ser tomada já no próximo sábado na reunião do Comité Federal.
OS JORNAIS DO DIA
Marcelo faz quase o pleno na capa dos principais jornais. Estabrilhante foto captada pela câmara de José Coelho da Lusa, faz capa do Diário de Notícias e do Jornal de Notícias. O tema é o mesmo, os elogios do presidente a José Sócrates.
A manchete do DN vai para um texto de opinião de Francisco Louçã onde o ex-líder do Bloco de Esquerda diz que um referendo sobre a Europa é incontornável. Já o JN escreve que a alteração para acarta por pontos levou a uma diminuição das multas aplicadas. OCorreio de Manhã destaca o contrato que a presidência fez com uma empresa de Paulo Duarte, suposto namorado de Diogo Gaspar — o diretor do Museu da Presidência suspenso de funções por suspeitas de tráfico de influência, falsificação de documento, peculato e abuso de poder.
“Cem personalidades pedem alternativas à praxe nas universidades” é a machete desta terça-feira do Público. O destaque fotográfico é, claro está, Marcelo.
O QUE DIZEM OS NÚMEROS
3.767.054 — o número de pessoas desempregadas em Espanha. Este valor é o mais baixo desde setembro de 2009. O El Mundoexplica-lhe como foi possível atingi-lo.
6,1 milhões de euros é o montante pago pela Mota Engil para fugir às acusações no âmbito da investigações da Operação Furacão.
9,34% dos alunos do 2º ano chumbaram no ano letivo de 2014/2015. O valor baixou, uma constante em todos os anos, segundo os dados divulgados pela Direção Geral de Estatísticas da Educação e Ciência.
FRASES
FRASES
“Eu não quero mudar o que sou. Eu fui o melhor de sempre” – Lula da Silva em entrevista ao 'The Guardian' onde fala sobre a sua presidência, a impugnação de Dilma e os processos que enfrenta.
“Durante a campanha para o referendo o que eu disse foi: Eu quero o meu país de volta. O que eu estou a dizer hoje é que quero a minha vida de volta. E isso começa agora mesmo” – Nigel Farage durante o breve discurso onde apresentou as razões para se demitir da liderança do Ukip.
O QUE EU ANDO A LER
Piter Mateus tinha 4 anos. Na ruas as pessoas comentavam que havia algo estranho naquele menino. A forma como um dos seus braços se comportava não era normal. A mãe nada tinha notado, achava que tudo estava normal. Não estava. Piter tinha nascido com uma deficiência naquele braço. O mesmo que acabou por ser operado por uma equipa de médicos ortopedistas portugueses. “Hoje ele já pega em tudo com esse braço”, conta a sua mãe.
A leitura de hoje é uma homenagem. Devida a centenas de voluntários que ao longo de 27 anos levaram a S. Tomé e Príncipe esperança sob a forma de melhores cuidados médicos. O Instituto Marquês de Valle Flôr é uma organização não-governamental para o desenvolvimento e, apesar de se dedicar a inúmeras áreas de cooperação com os países da CPLP, foi em S. Tomé e Príncipe que iniciou um projeto que é caso de sucesso em todo o mundo. Saúde para todos conta parte da história feita por esta organização.
Hoje, graças à coragem e determinação de muitos, é possível, através das mais modernas tecnológicas, transformar milhares de quilómetros em poucos centímetros que nos separam de um écran e realizar consultas, fazer diagnósticos e receitar à distância o melhor tratamento. Evitando a deslocação dos doentes a Portugal, um procedimento caro para todos. Os doentes eram separados da família, vinham para um país diferente, hostil, tendo por companhia, muitas vezes, apenas a sua doença. Além de que as deslocações representavam 40% do orçamento Ministério santomense da Saúde.
Piter Mateus deve ter hoje 8 anos. Não o conheço mas tenho a certeza que o seu sorriso se deve em grande parte ao trabalho contado neste livro. Dê uma espreitadela. Tenho a certeza que irá partilhar um sorriso com algum santomense.
Este Expresso Curto fica por aqui. Tenha uma ótima terça-feira. E boas férias se é o seu caso.
Amanhã voltamos pela mão da Helena Pereira. Até lá não deixe de passar pelo site do Expresso e às 18 horas pelo Expresso Diário. E se gosta de futebol acompanhe o site especial do Europeu que fizemos só para si. O Pedro Candeias agradece.
Nenhum comentário:
Postar um comentário