Pela primeira vez, a taxa de retenção global no ensino secundário ficou abaixo dos 20%. Para definir o que os alunos devem saber no final do 12º ano, foi criado um grupo de trabalho.
No ano lectivo 2014/15, reprovaram menos 37 mil alunos do que no ano anterior e a descida foi em todos os níveis de escolaridade. É o segundo ano lectivo consecutivo que regista uma queda no número de chumbos.
De acordo com os dados estatísticos do Ministério da Educação, divulgados na segunda-feira, a taxa de retenção global no ensino secundário ficou, pela primeira vez, abaixo dos 20%.
Mas há um problema que persiste: aos 7/8 anos de idade, chumbaram 9% das crianças.
Por outro lado, há que destacar a melhoria acentuada no 9º ano. Os 10,6% de chumbos são um recorde das últimas duas décadas.
Governo quer definir competências dos alunos no fim do 12.º ano
O perfil de competências que um aluno deve ter à saída da escolaridade obrigatória vai ser definido por um grupo de trabalho criado pelo Ministério da Educação, que será coordenado pelo antigo ministro Guilherme d'Oliveira Martins.
"Sendo certo que, nos últimos anos, tem havido trabalho curricular sobre disciplinas, esse trabalho tem sido feito de forma fragmentada, sem que seja claro qual o contributo de cada disciplina para o todo. Torna-se assim necessária a construção de um perfil que permita uma gestão flexível, contextualizada e integrada do currículo, em linha com os projectos internacionais de definição de um perfil de aprendizagens essenciais, de competências sociais e relacionais, que se consubstanciem numa predisposição para aprender ao longo da vida", explica um comunicado do Ministério.
O perfil de referência será definido pelo grupo de trabalho, do qual fazem parte Teresa Calçada, ex-coordenadora da Rede de Bibliotecas Escolares, Rui Vieira Nery, musicólogo e investigador da Universidade Nova de Lisboa, José Vítor Pedroso, director-geral da Educação, e professores do ensino básico e secundário, entre outros.
O grupo de trabalho terá ainda um grupo de consultores, "para assegurar a articulação deste perfil com as melhores práticas internacionais, com a educação dos 0 aos 6 anos, com a educação especial e inclusiva e com a aprendizagem ao longo da vida".
Entre eles estão Andreas Schleicher, director executivo da OCDE para a Educação e Competências, Joaquim Azevedo, professor da Universidade Católica, membro do Conselho Nacional de Educação e doutorado em Ciências da Educação.
Entre o grupo de consultores estão ainda David Rodrigues, da associação Pró-Inclusão, e Alexandra Marques, da Fundação Aga Khan.
Fonte: rr.sapo.pt
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