quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Mais de 10% da população latino-americana descendem de nobres

Luis Dufaur (*)
 
 


Casamento de Martín García de Loyola (parente de Santo Inácio)  e Beatriz Clara Coya (da família real dos Incas).
Igreja da Companhia, Cusco, Perú, século XVII

Entre 10% e 15% da população latino-americana atual descendem de nobres portugueses e espanhóis, segundo as pesquisas genealógicas e demográficas do sociólogo colombiano Mario Jaramillo e Contreras, membro da Junta Diretiva da Real Associação de Fidalgos da Espanha (RAHE).

Jaramillo investigou durante anos o impacto dos descendentes da nobreza portuguesa e espanhola na população latino-americana. E defende a necessidade de se desmitificar a “lenda negra” que identifica como “delinquentes ou aventureiros sem escrúpulos” a grande maioria dos espanhóis que embarcaram nos séculos XV e XVI com destino às terras americanas.
Foram milhares os nobres que embarcaram naquelas viagens, com a ideia de conhecer o Novo Mundo, primeiro”, e a fim de “contribuir para seu desenvolvimento político, econômico e cultural”, argumenta. O especialista assegura que foram eles “os grandes protagonistas no descobrimento e colonização da América Latina”.
Jaramillo acrescenta que os processos americanos de independência em relação a Portugal e à Espanha no século XIX “não se entenderiam sem a participação direta de nobres”.
Os conceitos de nobreza e fidalguia são avaliados muito positivamente na América Latina”, ressalta ele. O sociólogo diz tratar-se de conceitos “que envolvem orgulho em boa parte da população” latino-americana. Por isso também “poucos são os que não quiseram conhecer as origens de seus sobrenomes”.
Formado em Direito, doutor em Sociologia e com estudos posteriores na Universidade de Harvard, a análise histórico-sociológica do prof. Jaramillo ajuda a entender o assanhamento das minorias marxistas latino-americanas contra as elites locais, associadas muitas vezes à fundação, desbravamento, civilização e evangelização do nosso continente.
Na perspectiva marxista e na Teologia da Libertação há uma analogia profunda. O “sans-culotte” da Revolução Francesa degolando rei e nobres, e o bolchevista chacinando nobres e burgueses têm seus símiles latino-americanos. Eles são os militantes dos “movimentos sociais” e das CEBs, contrários aos proprietários agrícolas e urbanos, aos brancos, aos missionários e aos filhos de Nossa Senhora engajados na grande obra evangelizadora e civilizadora de nosso continente outrora submerso na ignorância, na miséria, na superstição e até em práticas satânicas.

O trabalho do Dr. Jaramillo desvenda um aspecto da nossa realidade que desperta o ódio de classe do marxismo e da teologia da libertação e que atiça o “nós contra eles” do lulopetismo e do “socialismo do século XXI”.

( * ) Luis Dufaur é escritor, jornalista, conferencista de política internacional e colaborador da ABIM

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