Ainda é cedo para certeza absolutas, mas um novo medicamento que atrasa a perda de memória associada à doença de Alzheimer está a semear a esperança na comunidade científica e sociedade civil.
Testes clínicos do novo medicamento, Aducanumab, mostraram efeitos positivos no cérebro dos pacientes, tendo os resultados prévios do estudo sido já considerados um avanço muito importante no tratamento da doença.
Publicada recentemente na revista Nature, a investigação mostra que o medicamento se revelou eficaz na destruição de placas de amilóides, uma proteína tóxica que se acumula no cérebro dos doentes. E é a destruição desta toxina que está a animar os responsáveis: “No futuro, poderia tratar pessoas que não têm sintomas porque se têm amilóide no cérebro é provável que venham a ter Alzheimer”, explicou Alfred Sandrock, da empresa de biotecnologia Biogen, à BBC.
Para David Reynolds, da associação Alzheimer Research UK, os dados conhecidos representam “uma prova entusiasmante de que uma nova classe de medicamentos para tratar a doença está no horizonte”.
No futuro já estão traçados planos para aprofundar a investigação, sob a alçada da Universidade de Zurique, na Suíça. Até 2020 serão realizados testes clínicos mais aprofundados em todo o mundo, que se espera tragam dados mais concretos sobre a eficácia do medicamento e confirmem estes primeiros resultados tão promissores.
Por não haver no mercado nenhum medicamento que se tenha mostrado eficaz no combate à doença, os resultados agora conhecidos são uma nova esperança para o Alzheimer, responsável por cerca de 70% dos casos de demência. Mundialmente estima-se que 47 milhões de pessoas vivam com demência, número que deve triplicar até ao ano de 2050, segundo a Organização Mundial de Saúde.
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