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Um mês depois do incêndio que destruiu mais de 400 viaturas num parque de estacionamento do festival Andanças, em Castelo de Vide (Portalegre), as incertezas quanto ao desfecho deste caso continuam para os lesados e a organização.
"O
que nós sabemos por parte da companhia de seguros do festival é que
iria pronunciar-se depois de obter informações do Ministério
Público. Nós, infelizmente, temos de aguardar, esperar que haja
informações oficiais", disse à agência Lusa Catarina
Serrazina, da organização do Andanças.
Fonte
da Polícia Judiciária (PJ), por sua vez, indicou à agência Lusa
que o relatório de investigação ao incêndio que ocorreu no dia 03
de agosto e que destruiu mais de 400 veículos já foi enviado para o
Ministério Público, mas escusou-se a revelar mais pormenores sobre
o seu conteúdo e respetivas conclusões.
O
festival, promovido pela Pédexumbo - Associação para a Promoção
da Música e Dança, tem decorrido nos últimos anos numa área de 28
hectares nas margens da albufeira de Póvoa e Meadas, no concelho de
Castelo de Vide, distrito de Portalegre, acolhendo milhares de
festivaleiros oriundos de todo o país e do estrangeiro.
Pedro
Casanova, proprietário de um dos veículos que arderam no incêndio,
não esconde a sua tristeza pelo sucedido, ao fim de um mês,
lamentando ainda o silêncio e a "falta de respostas" por
parte da organização.
"Eu
já abati o meu carro, tive de ser eu a pagar a uma empresa para
fazer isso tudo, uma vez que tinha seguro contra terceiros. Quanto a
eles [organização] não sei de nada. A Pédexumbo não diz nada,
não reage, é muito mau", disse o festivaleiro, em declarações
à Lusa.
Residente
em Portimão, Pedro Casanova recordou que o festival decorreu numa
área com "mato selvagem", sublinhando que foi uma "sorte"
o incêndio ter ocorrido no parque de estacionamento, pois, se o
mesmo tivesse deflagrado na zona das tendas "morria toda a
gente".
Vasco
Branquinho viajou por sua vez da Parede, em Lisboa, até ao Andanças
e também perdeu por completo o seu veículo e alguns bens pessoais,
como um computador, e lança algumas críticas relacionadas com o
estado do terreno onde os veículos estavam estacionados, sob
temperaturas "muito elevadas".
Ao
longo das últimas semanas, paulatinamente, os veículos têm sido
retirados do parque de estacionamento do Andanças, mas ainda
permanecem no espaço cerca de 60 carros.
Fonte
da GNR disse à Lusa que todas as viaturas foram "entregues"
à custódia da organização do festival e que as mesmas estão
identificadas, bem como os respetivos proprietários.
Na
altura dos acontecimentos, a GNR informou que o número total de
veículos destruídos total ou parcialmente no incêndio foi de 458.
Segundo
a Proteção Civil, o incêndio deflagrou pouco antes das 15:00 de 03
de agosto e foi dado como extinto pelas 18:15.
Embora
sem ferimentos graves, três pessoas ainda foram assistidas no local,
tendo duas delas sido transportadas para o hospital de Portalegre por
inalação de fumos.
Fonte
da GNR admitiu também à Lusa, na altura, que o fogo teria tido
origem numa viatura num parque de estacionamento localizado a
"algumas centenas de metros" do recinto do festival. Mas
segundo alguns jornais, as causas do incêndio podem estar
relacionadas com um cigarro mal apagado.
Foto:noticiasaominuto
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