Bom dia!
Bob Dylan subiu ao palco, mas não falou do Nobel. O novo laureado com o Prémio Nobel da Literatura tinha concerto marcado para esta noite, maslimitou-se a cumprir o papel à risca. A polémica, essa, anda ruidosa um pouco por todo o mundo, sempre à volta desta pergunta que está na nossa primeira página: a Academia desceu à terra ou cedeu à pop? O PÚBLICO foi à procura de respostas e chegou a este título. E a esta pergunta: será também política? Já agora, e porque falamos de literatura, deixo-lhe um poema de Dylan e 12 canções dele em 6 minutos. E este quase poema que o Miguel Esteves Cardosolhe dedicou.
A Tailândia cumpriu o luto pelo seu monarca, o homem que mais tempo durou no poder, com milhares de pessoas nas ruas. A sucessão deixa em aberto consequências imprevisíveis, como explica o João Ruela Ribeiro.
Lula da Silva recebeu mais uma acusação, a terceira por corrupção. Neste caso, a suspeita é de ter usado um banco estatal para financiar negócios em Angola.
E olhem quem voltou: Alexis Tsipras exigiu um acordo sobre a dívida grega até ao Natal, logo na abertura do congresso do Syriza. Uma prenda, portanto.
O tema do dia
Um imposto, dois impostos, três impostos - outra vez. O Orçamento do Estado para 2017 é hoje apresentado e traz com ele uma nova subida do preço dos carros, tabaco e álcool, como pode ler na nossa manchete de hoje.
Mas há mais novidades. A função pública vai ter um (ligeiro) aumento do subsídio de refeição, que estava congelado há sete anos; as pensões vão mesmo subir faseadamente (os dois tópicos estão neste link do PÚBLICO). E a descida do IVA da restauração na íntegra, prometida para 2017, vai ter que esperar uma avaliação da redução deste ano (ver aqui).
O Observador acrescenta que os manuais escolares gratuitos vão ser distribuídos até ao 4º ano. O Correio da Manhã adianta que haverá mudanças nos limites dos escalões de IRS, ajudando alguns a pagar menos, e o Jornal de Negócios acrescenta que o novo IMI será aplicado a partir dos 600 mil euros(para não prejudicar os vistos gold, aparentemente). Vamos também ter menos investimento do que o Governo estimava há poucos meses, mas menos despesa pública também.
Tudo isto, claro, no pressuposto de que haverá acordo com Bloco, PCP e Verdes, sem os quais não há Orçamento. Até agora, não há sinais públicos desse acordo. Pelo que se mantém actual este texto que escrevei ontem sobre "A angústia do prolongamento" (ou seja, sobre o cenário em que António Costa tem que negociar durante mais um mês com estes partidos).
Enquanto esperamos o resto das novidades, tenho que lhe recomendar este Prova dos Factos que a nossa equipa lhe preparou: "O que aconteceu às promessas do Governo para 2016?". Uma pista para a resposta: plenamente cumprida, só há uma.
Se precisar de um descodificador para tudo isto, não há que ter vergonha: a discussão é realmente complexa, às vezes as notícias também. Pelo que lhe deixámos este guia prático e as palavras-chave para melhor perceber os dias que se seguem.
E o que é que há mais?
Uma boa notícia: há cada vez mais homens a gozar a licença parental. A maioria dos pais já usa os 10 dias. E até a percepção da capacidade deles está em alta. O estudo está aqui no PÚBLICO.
Hoje assinala-se um sucesso na política de Educação, uma das poucas políticas que tiveram continuidade (e belos resultados). Em 20 anos, a rede nacional de bibliotecas escolares levou muitos milhares de crianças a ter contacto com livros - nesta fase já muitos em versão digital. Hoje chega a um milhão de alunos. A homenagem está na mão de Marcelo Rebelo de Sousa e Ricardo Araújo Pereira - e o PÚBLICO tem uma preview bem divertida para si.
Informação que lhe pode ser (muito útil): os bancos fizeram 433 alterações às comissões em apenas 6 meses (incluindo relativas às taxas de juro). Como diz a Rosa Soares, o cliente muitas vezes nem percebe, pelo que talvez seja boa altura para pedir informações.
Um problema político (e económico): Portugal é o segundo país da UE que mais fundos comunitários já recebeu. E qual é o problema? É que está longe de ser o que mais executou.
Uma agitação no Parlamento: o homem que liderou a comissão de recrutamento de quadros do Estado foi despedir-se dos deputados com uma revelação. Disse que quem o escolheu foi António José Seguro. E que o seu sucessor devia ser escolhido, agora, pelo PSD.
No CDS, voltou o fantasma de Ponte de Lima. Depois de Daniel Campelo, agora há outro militante a ameaçar desafiar a liderança do partido com uma candidatura independente. A notícia da Sofia Rodrigues foi mote para a Maria Lopes procurar respostas a esta pergunta: os independentes são mesmo um antídoto para a abstenção?
Fecho este bloco com duas pequenas notas políticas, que vêm desta noite. Uma promessa de António Guterres, ontem aclamado na ONU como futuro secretário-geral: nomear uma mulher para número dois; E um recado de Marcelo para Passos Coelho. A palavra-chave do Presidente é "clareza".
Hoje é importante
Esta manhã há debate quinzenal na AR, já às 10h00, que acompanhamento ao minuto. O Orçamento do Estado será o tema, mas a apresentação é apenas às 17h00 (uma vez mais, o PÚBLICO a acompanhar em directo).
Os representantes dos taxistas reúnem-se com um... representante do Presidente da República. Sendo certo que a manifestação de 2ª-feira já foi cancelada.
Depois da vitória à justa do Sporting, hoje é o Benfica que entra na Taça de Portugal. O jogo é à noite, contra o 1º de Dezembro.
Só mais um minuto...
E se uma deputada amamentasse no Parlamento? Isso é "a coisa mais natural do mundo".
Já agora: e se lhe dissesse que Solange é muito especial? Melhor dizendo, e se for o Vítor Belanciano a dizer isso? É um dos destaques no Ípsilon de hoje, que traz mais um filme português polémico (e premiado) na capa.
Do reino da Dinamarca vem o texto que nos dá o pontapé de saída para o bom fim-de-semana. Se este é o país mais feliz do mundo, estes são os 12 segredos para essa felicidade.
Por hoje é tudo. Tenha uma óptima sexta-feira, sobretudo um fim-de-semana descansado. Como diz a maravilhosa Aline Frazão, nesta entrevista ao Nuno Pacheco: "O futuro é imprevisível e divirto-me com essa imprevisibilidade".
Até já!
© 2016 PÚBLICO Comunicação Social SA
14 DE OUTUBRO DE 2016
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