“Se há instante em que a nossa fé vacila, é em momentos como este, em que perguntamos “porquê”. Muitas vezes perguntamos onde está Deus neste momento. Mas nós não entendemos tudo”. As palavras do padre, proferidas no funeral de Lígia Louro, quase traduzem o ambiente de consternação e o silêncio – um imenso e pesado silêncio – que marcaram a cerimónia fúnebre de ontem.
Foram muitos – familiares, amigos, colegas da escola – aqueles que quiseram despedir-se de Lígia Louro, 14 anos, e horas mais tarde, de Inês Rosa, 13 anos, que morreram junto à linha do Norte em Vila Nova de Anços, Soure, depois de, na quarta-feira à noite, a família ter dado conta do seu desaparecimento.
À saída da igreja de Reveles, a mãe – que há seis anos tinha perdido o marido – abraçou o filho (irmão mais velho e único de Lígia) e os dois deixaram-se ficar ali, calados por longos minutos, enquanto o carro fúnebre seguia com a urna.
O silêncio foi apenas interrompido no cemitério, quando a avó paterna da criança se debruçou sobre a sepultura do filho e pediu: “Zé Luís: toma conta da nossa menina!”. O funeral de Lígia Louro foi o primeiro a realizar-se e contou com as presenças do presidente da Câmara
Municipal de Montemor-o-Velho, Emílio Torrão, do vice-presidente, José Veríssimo, e da responsável pela direção de serviços da região Centro da Direção- Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE), Cristina Oliveira.
Fonte: Diário as Beiras
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