O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses está a denunciar que, na Unidade de Saúde Familiar Lauroé, no Centro de Saúde de Loulé, os médicos estão a atender os pacientes de guarda-chuva porque está a cair água dentro dos gabinetes.
Para além do centro de saúde de Loulé, o Sindicato dá conta de chuva “em dois gabinetes da unidade de Albufeira”.
Estas duas unidades funcionam em contentores desde há cerca de 6 anos e, quando chove, a água começa a infiltrar-se nas paredes, escorre pelos fios elétricos e acumula-se nos candeeiros, comprometendo os equipamentos informáticos.
O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) considerou que as condições de trabalho e de atendimento a utentes nos centros de saúde referidos são “inadmissíveis” e os utentes estão a reclamar no livro amarelo por serem atendidos nestas condições”.
“É inadmissível que os utentes estejam sujeitos a estas condições, num espaço físico que deveria ser um exemplo de promoção da sua Saúde. Exige-se que os profissionais tenham um ambiente de trabalho seguro”, considerou a estrutura sindical.
O sindicato apontou a existência de casos de funcionários com queixas de “reações alérgicas do foro respiratório e dermatológico“, que os profissionais “atribuem ao isolamento térmico/acústico do contentor que está podre”.
Uma imagem de um médico a dar uma consulta com o guarda-chuva na mão foi partilhada na quarta-feira pelo deputado social-democrata Cristóvão Norte.
“Tendo conhecimento do quadro deplorável em que se encontra a funcionar a USF Loulé, a qual se encontra tristemente documentada na fotografia de hoje, nenhum cidadão pode ficar indiferente”, destaca o deputado no Facebook.
O presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, João Moura Reis, afirma que só tomou conhecimento destes casos pela imprensa, garantindo que “nunca houve uma comunicação interna” a informar que chovia nos gabinetes e que, “mal teve conhecimento”, enviou técnicos para tratarem da questão.
A mesma fonte adiantou que estão em curso os procedimentos para “construir de raiz duas USF”, estando o caso de Loulé mais adiantado, porque “já foi assinado com o município um protocolo para a cedência do terreno” onde a unidade irá ser edificada, situação que “deverá acontecer também em breve com Albufeira”.
João Moura Reis, reconheceu ainda que a situação em causa, a verificar-se como o sindicato denunciou, “não devia ter acontecido”, porque “havia outros gabinetes livres que poderiam ser utilizados para dar consultas”.
ZAP / Lusa
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