Um dos maiores medos dos habitantes do planeta Terra é a de que um gigantesco objeto vindo do céu pode cair sobre as nossas cabeças. E não adianta pensar que a tecnologia espacial já evoluiu o bastante para nos proteger disso.
Segundo astrónomos, caso um grande asteroide seja detetado em direção à Terra, ainda não haveria nada que pudesse ser feito nos dias de hoje.
Os investigadores possuem diversas estratégias no papel mas o difícil seria colocá-las em prática no momento da verdade.
“Para já, não há nenhuma tecnologia que pudesse ser utilizada”, afirma Joseph Nuth, do Centro Espacial Goddard, da NASA, num encontro que debateu o tema em São Francisco, nos Estados Unidos.
No entanto, segundo os astrónomos, grandes asteroides, com o poder de acabar com a civilização na Terra, são extremamente raros. A probabilidade de um deles atingir o nosso planeta é de uma vez a cada 50 ou 60 milhões de anos. Por exemplo, o objeto que exterminou os dinossauros chocou contra a Terra há 65 milhões de anos.
A verdade é que os recentes asteroides que despertaram algum alerta na Terra só foram detetados quando já não havia tempo para evitar uma possível catástrofe. Caso disso foi o cometa, em 2014, que passou perigosamente próximo de Marte e causou calafrios nos cientistas porque só foi percebido apenas 22 meses antes de quase chocar contra o planeta vermelho.
“Se olharmos para o tempo que demora a programação de missões espaciais, levaríamos cinco anos para lançar uma nave para deter um meteoro. Nesse caso, tivemos 22 meses de total aviso”, diz Nuth.
Parte da preocupação dos cientistas é a falta de conhecimento sobre asteroides.
“Nós não temos muitos dados sobre como é o interior dos asteroides e dos cometas. Apenas podemos supor, baseando-nos no que agora sabemos sobre física, rochas e gelo”, declara Cathy Plesko, cientista do Laboratório Nacional de Los Alamos.
Como precaução, Nuth sugere que a NASA construa um foguete para ser guardado e utilizado em caso de aproximação de um grande asteroide ou cometa. O artefacto tinha de estar pronto para ser lançado dentro de um ano.
“É o que poderia mitigar riscos da surpresa de um asteroide sorrateiro vindo de um lugar de difícil observação, como é o caso do Sol”, explica o cientista.
“Estamos a fazer o nosso trabalho de casa antes de um evento destes. Não queremos fazer os cálculos em cima da hora, quando algo já estiver a caminho”, disse Plesko.
A NASA e a NRC, órgão norte-americano responsável por segurança nuclear, têm estudado asteroides de forma conjunta. Em outubro passado, foi realizada uma simulação do que aconteceria se um enorme asteroide atingisse Los Angeles.
Quais são as armas na cabeça dos cientistas?
Neste momento, ainda não há nada disponível mas as ideias para conter, bloquear, desviar ou destruir um asteroide ou cometa que esteja na rota de colisão com a Terra são muitas.
A mais comum é a de lançar um foguete com explosivos potentes como, por exemplo, bombas atómicas. A explosão poderia desviar a rota do objeto e o uso de ogivas nucleares contra asteroides tem a vantagem de ser algo rápido. No entanto, os seus efeitos colaterais incluem, por exemplo, estilhaços radioativos a cair sobre a Terra.
A alternativa seria o uso de explosivos convencionais ou o lançamento de um objeto que desviasse o asteroide com o impacto. Contudo, a grande carga a ser levada e o tempo que demoraria para calcular a trajetória do choque para desviar o corpo celeste pesam contra esses métodos.
ZAP / Ciberia
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