sábado, 17 de dezembro de 2016

A CIÊNCIA CONFIRMA: AMOR COMPRA MAIS FELICIDADE DO QUE DINHEIRO

 

Um novo estudo aponta que ter uma boa saúde mental e estar num bom relacionamento deixa as pessoas mais felizes do que, por exemplo, quando o seu salário duplica.
O estudo, desenvolvido pela London School of Economics, no Reino Unido, e publicado na VOX, analisou as respostas de 200 mil pessoas provenientes da Austrália, Reino Unido, Alemanha e Estados Unidos sobre os fatores que mais influenciam a sua sensação de bem-estar.
Sofrer de depressão ou de ansiedade é o que mais tem impacto negativo nos participantes, enquanto que ter um parceiro foi o que mais aumentou os seus níveis de felicidade.
Segundo Richard Layard, co-autor do estudo, os resultados apontam que o “Estado deve assumir um novo papel” e reformular políticas públicas.

Comparação

De acordo com o estudo, numa escala de um a dez, duplicar o salário de alguém eleva a sua felicidade em menos de 0,2 pontos. Os investigadores afirmam que isso se deve ao facto de as pessoas se importarem mais com os seus rendimentos em comparação com os dos outros e do que como isso as afeta.
No entanto, estar num relacionamento elevou a felicidade em 0,6 pontos e perder um parceiro, seja por causa de uma separação ou morte, teve o mesmo impacto no sentido oposto.
O maior impacto foi gerado por sofrer de depressão ou de ansiedade. Na pesquisa, o nível de felicidade caiu 0,7 nestes casos. Estar desempregado teve o mesmo efeito.

Prevenção

A investigação aponta ainda que o principal fator para prever se a satisfação de uma pessoa com a sua vida adulta é a sua saúde emocional durante a infância.
“A maioria das pesquisas sobre o bem-estar infantil concentra-se no desempenho académico, que é muito afetado pelo rendimento familiar”, diz o estudo.
“Mas a saúde emocional de uma criança é mais determinante no seu bem-estar no futuro. Isso pode ser impactado em alguma medida pelo rendimento familiar, mas, acima de tudo, depende da saúde mental da mãe“, acrescenta-se.
Estes resultados vão ser apresentados numa conferência realizada em parceria entre a London School of Economics e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) ainda este mês.

“Gerar bem-estar”

Layard defende que os governos devem desempenhar um papel diferente para contribuir para a felicidade dos cidadãos. Em vez de se preocuparem em gerar riqueza, deveriam concentrar-se antes em “gerar bem-estar”.
Não só como um objetivo dos seus mandatos, mas também porque investigações da universidade, com base em eleições europeias realizadas desde 1970, mostram que a satisfação dos cidadãos com as suas próprias vidas é o melhor fator para prever se um governo será reeleito ou não.
“Estes sinais mostram que as coisas que mais importam para a nossa felicidade ou infelicidade são as nossas relações sociais e a nossa saúde física e mental”, afirma o investigador.
“No passado, o Estado combateu incansavelmente a pobreza, o desemprego e os problemas na educação e na saúde. Mas é igualmente importante fazer o mesmo com a violência doméstica, o alcoolismo, a depressão e a ansiedade, o isolamento dos jovens, entre outros”, diz Kayard.
“Isso é que deveria estar no centro das atenções”, conclui.
ZAP / BBC

Nenhum comentário:

Postar um comentário