A maioria das escolas teve média negativa nos exames de Português do 9.º ano e apenas 20% conseguiu positiva a Matemática. No Secundário, o distrito de Viseu lidera as médias.
Os dados do Ministério da Educação revelam uma ligeira descida das notas nos resultados globais dos exames de Matemática e de Português realizados no ano passado pelos alunos do 9.º ano.
Em média, as notas baixaram um pouco quando comparadas com o ano anterior, segundo uma análise feita pela Agência Lusa com base nos dados disponibilizados no site do Ministério da Educação, InfoEscolas.
Entre as 1.230 escolas que levaram alunos a exame, apenas 306 registaram média geral positiva nas duas provas, ou seja, três em cada quatro escolas tiveram "negativa" (75%), enquanto no ano anterior as negativas atingiram 70% dos estabelecimentos escolares.
Novamente este ano, os alunos das escolas privadas conseguiram melhores resultados médios nos exames quando comparados com os das escolas públicas, voltando a colocar os estabelecimentos de ensino particular e cooperativo nos primeiros lugares dos rankings feitos pela Lusa.
Nas 1007 escolas públicas, 84% dos estabelecimentos tiveram média negativa, enquanto a maioria das 223 escolas privadas conseguiu ter positiva (64%).
Nos primeiros 42 lugares da tabela da Lusa surgem apenas escolas privadas, que são encimadas pelo Externato As Descobertas (média 4,5), em Lisboa, seguindo-se o Colégio Horizonte (4,36), no Porto, e o Colégio Novo da Maia (4,30).
A primeira pública surge em 43.º lugar e é a Escola Secundária D. Manuel I, em Beja, com média de 3,75, seguindo-se a Escola Secundária Infanta D. Maria, em Coimbra, que fica em 47.º lugar da tabela geral com uma média de 3,72.
No Secundário Viseu lidera distritos com melhor média
O distrito de Viseu foi o que alcançou a melhor média nos exames nacionais do ensino secundário em 2016, lugar ocupado por Coimbra no ano passado, de acordo com dados do Ministério da Educação.
Viseu obteve uma média de 11,17 valores, num total de 7.956 exames realizados. A média da Classificação Interna Final (CIF) foi de 13,90 valores.
O distrito de Coimbra ocupa este ano a segunda posição, com uma média de 11,13 valores em exame e de 13,81 na classificação interna. Foram aqui realizados 9.417 exames.
Segue-se Lisboa, com 46.110 exames realizados, e médias de 11,128 valores em exame e 13,428 na CIF. No ano passado, ocupava o segundo lugar neste parâmetro.
Colégios inflacionam notas
Há 14 escolas secundárias que dão sempre notas mais altas aos seus alunos do que seria esperado, segundo dados do Ministério da Educação, que revelam que esta é uma prática mais comum entre os colégios.
Desde 2011 que 14 escolas secundárias inflacionam, todos os anos, as notas internas dos seus alunos, segundo dados disponibilizados no portal Infoescolas.
Num universo de cerca de 600 estabelecimentos de ensino, a Lusa encontrou 14 casos em que repetidamente dão notas acima do que seria normal e os colégios são quem mais aplica esta prática, que pode permitir a um aluno passar à frente no acesso ao Ensino Superior: em 14 escolas, dez são privadas.
Os colégios em causa situam-se todos no norte do país, com destaque para os concelhos do Porto, onde se encontram três escolas, e os concelhos de Gondomar e Braga (ambos com duas escolas).
Olhando apenas para os resultados médios nos exames e nas notas internas no ano passado, o caso mais gritante passa-se no Colégio D. Duarte, no Porto, onde a diferença foi de cinco valores numa escala de zero a 20: a média nos exames foi negativa (9,49 valores) e a nota interna foi de 14,07.
Lusa
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