Decorreu a apresentação pública do projeto-piloto destinado a otimizar o aproveitamento de colheitas de órgãos de dadores em paragem cardiocirculatória que resulta do protocolo assinado entre o Instituto Português do Sangue e Transplantação (IPST), Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e o Centro Hospitalar de São João (CHSJ). O Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, presidiu à Cerimónia.
Este protocolo foi assinado com vista à criação de uma área de integração da emergência pré-hospitalar com um centro de ECMO para a assistência à paragem cardiocirculatória extra-hospitalar refratária, polarizada no Centro de ECMO do CHSJ e que inclui as VMER do CHSJ, do Centro Hospitalar do Porto (CHP), do Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia e Espinho (CHVNGE) e da Unidade Local de Saúde (ULS) de Matosinhos.
A técnica de suporte vital extracorporal – ECMO (ExtraCorporeal Membrane Oxygenation) – permite a substituição temporária das funções respiratória e circulatória. Estudos observacionais recentes sugerem a eficácia clínica do ECMO na paragem cardiocirculatória refratária (E-CPR) de causa potencialmente reversível (ex. enfarte agudo do miocárdio). Adicionalmente, a técnica de oxigenação por membrana extracorporal deve ser considerada mesmo quando todas as manobras de ressuscitação (incluindo o E-CPR) são esgotadas, com vista à preservação dos órgãos abdominais para transplantação.
A complexidade clínica, técnica e logística obrigam, no entanto, à realização desta técnica apenas em casos selecionados e em centros com elevada experiência e diferenciação. O Centro Hospitalar São João (CHSJ) dispõe do maior programa de ECMO do país, com uma equipa dedicada e mais de 200 procedimentos efetuados.
Um desses casos testemunhou a sua experiência durante a sessão e animou a assistência com a sua boa disposição e postura positiva. O utente em causa, de cerca de 60 anos, foi contagiado com o vírus H1N1 tendo-lhe provocado uma pneumonia bilateral grave que justificou o recurso à tecnologia ECMO de maneira a manter a oxigenação do organismo apesar do comprometimento pulmonar. Este procedimento possibilitou a sua total recuperação sem sequelas neurológicas, tendo limitado ligeiramente a locomoção. “Sem esta técnica, os médicos disseram-me que eu sobreviveria ou a minha qualidade de vida ficaria gravemente afetada”, afirmou o utente.
Fonte: http://portal-chsj.min-saude.pt/
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