Há jornalistas que só sobrevivem graças ao Rendimento Social de Inserção, denunciou presidente da Casa de Imprensa.
Passados quase 20 anos desde o último congresso de jornalistas, a classe enfrenta “a mais grave crise das suas vidas profissionais”. Durante este período de tempo abandonaram a profissão duas mil pessoas e há jornalistas que sobrevivem graças ao Rendimento Social de Inserção, afirmou esta quinta-feira o presidente da Casa da Imprensa, Goulart Machado na sessão de abertura do 4.º Congresso de Jornalistas que decorre até domingo no Cinema São Jorge, em Lisboa.
O presidente da República, Marcelo de Rebelo de Sousa, que também falou na inauguração do evento, disse olhar “com muita preocupação para a situação dos jornalistas”. O governante, lembrando que também foi jornalista e director de jornais, sublinhou que “a precariedade enfraquece a profissão e sem jornalismo estável e independente não há democracia sólida em Portugal”, notando que quase um terço dos 7750 jornalistas em Portugal são estagiários. O presidente diz que, para encontrar soluções, é preciso “envolver patrões, empresários”, e também “fazer chegar a real situação dos jornalistas aos cidadãos”.
A presidente do Sindicato dos Jornalistas, Sofia Branco, lembrou que o jornalismo está a braços “com a mais alta taxa de desemprego de sempre”. Ao mesmo tempo, “os salários são indignos face à responsabilidade social dos jornalistas”, notando que um terço recebe menos de 700 euros líquidos de remuneração, num clima profissional em que lhes é pedido “que façam muito em pouco tempo”, com uma actividade condicionadas por agendas impostas por direcções e administrações.
Quando é a sobrevivência pessoal que está em causa, “o medo e a auto-censura prevalecem” e “o espírito crítico está adormecido”, disse a dirigente sindical. “Quatro em cada dez jornalistas diz que tem medo de perder o emprego, disse a presidente do congresso”, a jornalista Maria Flor Pedroso, para quem chegou o tempo “de passar do diagnóstico à procura de soluções”.
Fonte: Público
Comentário:
esta noticia é confrangedora, e bem reveladora da situação
precária em que muitos jornalistas se encontram ou foram empurrados
para a mesma.
Fazer
jornalismo sério pode ser igual a ser empurrado para o desemprego,
ou ser colocado numa situação de “persona non grata” na redacção onde está agregado até ao
ponto de ter que sair pelo seu próprio pé.
No
entanto, não se devemos descurar o seguinte: a prática de
jornalismo faccioso, o jornalismo de amigos e amiguinhos, em troco
duma mão vazia.
Essa espécie de jornalismo em Aveiro pratica-se com
frequência pelo único jornal diário, com a agravante de receber
apoios financeiros oficiais.
Pouco
ou nada adianta apresentar queixa junto da ERC. Eu próprio tenho
sido vítima dessa espécie de jornalismo, ainda assim, sou um
consumir de jornais, tenho os meus proferidos.
J.
Carlos
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