O Governo anunciou hoje que as 60 medidas previstas no âmbito da "Indústria 4.0 - Economia Digital" vão permitir dar competências digitais a mais de 20 mil trabalhadores.
"Numa fase inicial, permitirão requalificar e formar em competências digitais mais de 20 mil trabalhadores. Ao fim de um ano a estudar-se em que ponto é que estamos na indústria dos vários sectores do país, é claro para todos que o grosso destas medidas tem a ver com a requalificação de pessoas", disse o secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos, na apresentação de resultados da iniciativa "Indústria 4.0 - Economia Digital", em Leiria.
Esta solução "envolve o Ministério do Emprego, o Ministério da Educação e o Ministério da Ciência", exemplificou, ao reforçar que "todas estas 60 medidas envolvem grande parte do Governo".
"Estamos a falar de dezenas de milhares de pessoas que vão ter formações em TIC [Tecnologias da Informação e Comunicação], em vários níveis, e vai haver uma reprogramação dos conteúdos das escolas profissionais", acrescentou o secretário de Estado, que falava na Escola Superior de Tecnologia e Gestão, do Instituto Politécnico de Leiria, considerando que terá de ser uma "qualificação ao longo da vida activa".
João Vasconcelos disse ainda que o Governo vai ter uma "diplomacia digital económica, focada nesta estratégia da Indústria 4.0, e que irá promover as empresas que existem e que já fornecem tecnologia indústria 4.0".
Segundo o governante, trabalharam nesta estratégia várias entidades, "quase semanalmente, durante um ano". Algumas das medidas "já estão no terreno e outras vão para o terreno durante os próximos quatro anos", salientou.
Para João Vasconcelos, esta "não é uma estratégia do Governo, mas do país".
O secretário de Estado explicou que funcionaram "quatro grupos de trabalho, onde estavam representadas grandes empresas, pequenas e médias empresas e 'startups' [empresas em início de actividade], que trabalharam nas medidas", destacando o grupo da agroindústria, no qual "se falou muito do poder da digitalização na produção agrícola, no transporte e armazenamento de bens alimentares".
Já no grupo do retalho, "discutiu-se o comércio electrónico, o sistema de logística e o 'marketing' digital", disse, defendendo que, "para os sectores mais tradicionais da indústria, o comércio electrónico é uma enorme oportunidade".
Outra das discussões centrou-se no sector automóvel, com os fabricantes e os fornecedores da indústria automóvel.
No conjunto das 60 medidas, "algumas são 100% privadas, outras 100% públicas, outras privadas e públicas e têm um impacto sobre mais de 50 mil empresas a operar em Portugal".
O secretário de Estado da Indústria disse ainda que foi assinado hoje o protocolo entre o Ministério da Economia e a COTEC, "que vai ficar responsável por acompanhar a implementação desta estratégia e actualizá-la", uma vez que "as tecnologias ficam desactualizadas muito rapidamente".
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