segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

China: sacerdotes, freiras e fiéis lutam para recuperar propriedades da Igreja



Luis Dufaur (*)

 


Religiosas corajosas pedem devolução dos bens da Igreja em Anyang

No distrito de Hexi (Tianjin), onde a Igreja Católica teve grande número de propriedades confiscadas pela reforma agrária e pela Revolução Cultural, sacerdotes, freiras e fiéis tentaram uma manifestação pela devolução de um desses bens, aliás muito simbólico, informou Infocatólica. http://infocatolica.com/?t=noticia&cod=27604
O ato começou diante da sede do governo comunista do distrito, mas os católicos foram imediatamente presos pela polícia, tendo algumas freiras sido espancadas.
A diocese de Anyang, dona das propriedades, sofreu muito com a reforma agrária. Esta resultou em estrondoso fracasso, ficando a China obrigada a importar imensa quantidade de alimentos para a população.
O país socializado enfrenta agora graves crises sociais, econômicas e financeiras. Por isso, o governo central abriu uma fimbria de oportunidade para que os legítimos donos recuperem suas propriedades, desde que as utilizem para fins sociais.
O critério não faz justiça inteira aos herdeiros das terras e de prédios confiscados, porém deveria aplicar-se de cheio à Igreja Católica, que visa usar as propriedades com finalidades caritativas ou apostólicas eminentemente sociais.
O socialismo foi obrigado  a reconhecer que a diocese de Anyang é a legítima proprietária do prédio ocupado pelo governo local.
Mas face à Igreja verdadeira, o comunismo não respeita sequer suas próprias leis, e não restituiu o prédio.
Além do mais, anunciou que tenciona demoli-lo para vender o terreno. O prédio fica no centro da cidade e é muito atrativo pecuniariamente.
A catedral de São José, em Tianjin, foi feita por missionários jesuítas franceses em 1917,
e os católicos se mantém perseverantes malgrado as perseguições comunistas

Para os fiéis, este é um sinal de que a política religiosa declarada pelo Comitê Central do Partido Comunista não é de fato posta em prática, pelo menos no que se refere ao catolicismo.
Comitê Central do Partido diz que defende o Estado de Direito e protege os direitos de acordo com a lei. Por isso, muitos ingênuos acharam que a devolução aconteceria sem problema algum.
Hélas! Se há alguém que o comunismo obedece, é aopai da mentira.
O Centro de Estudos Espírito Santo, de Hong-Kong, calculou que o valor das propriedades da Igreja sequestradas pelo comunismo gira em torno de 130 bilhões de yuans (aproximadamente 17 bilhões de euros).
A luta pela restituição da posse das legítimas propriedades da Igreja evidencia o dinamismo e a coragem do Catolicismo, que ressurge, desafiando a ditadura marxista chinesa, suas arbitrariedades e seus crimes.

          ( * ) Luis Dufaur é escritor, jornalista, conferencista de política internacional e colaborador da ABIM
 

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