segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

SNS português fica à frente do inglês em avaliação internacional

A Holanda é o país com a melhor classificação numa avaliação dos sistemas de saúde de 35 países europeus, do ponto de vista do consumidor.
Portugal subiu, de 2015 para 2016, seis posições num ranking internacional, o Euro Health Consumer Index (que compara o desempenho dos sistemas de saúde de 35 países europeus) e ficou, pela primeira vez, à frente do Reino Unido e de Espanha. Efectuada por uma organização sueca numa perspectiva diferente da habitual (a do consumidor), esta avaliação anual coloca Portugal em 14.º lugar, com 763 pontos em mil possíveis.
PÚBLICO -
A avaliação é feita a seis áreas distintas. As áreas em que Portugal pontua pior, e em que deveria investir mais, são a da “acessibilidade” — devido às listas de espera — e a “diversidade e abrangência dos serviços prestados”. Em contrapartida, conseguimos melhor classificação na área dos direitos dos doentes, dos resultados dos tratamentos e na prevenção.Portugal a meio da tabela na taxa de abortos
Portugal fica também bem colocado, nesta espécie de fotografia, no que diz respeito à relação entre os gastos em saúde e os resultados obtidos, uma análise do custo-eficiência dos cuidados de saúde que é designada “Bang for the buck”. Posiciona-se aqui no 10.º lugar, à frente da Holanda. Quando fala em resultados, a HCP refere-se, por exemplo, a sobrevivência ao cancro, mortalidade por doenças cardiovasculares e mortalidade infantil.
Mas ainda é longo o caminho a percorrer. Os principais problemas nacionais observados neste estudo não constituem surpresa, na maior parte dos casos. A HCP utiliza uma escala de cores para assinalar pontos fracos e fortes nos diferentes países, que vai de vermelho a verde, passando pelo amarelo. Portugal surge a vermelho no que diz respeito à elevada taxa de cesarianas, à extrema dificuldade de acesso a cuidados de saúde oral (estamos no segundo pior lugar, a seguir à Letónia) e ao problemático acesso directo a consultas com médicos especialistas.
A vermelho são igualmente assinalados os elevados tempos de espera para exames de diagnóstico em situações não agudas e a alta prevalência de infecções hospitalares porSptaphylococcus aureus resistente aos antibióticos mais comuns (neste caso, estamos no segundo pior lugar, a seguir à Roménia).
Em contrapartida, o país aparece a verde em vários indicadores, como a queda na mortalidade por enfarte, o rácio de cirurgias às cataratas na população idosa (estamos em segundo lugar, a seguir à França) e a boa taxa de vacinação.

Holanda e Suíça na liderança

No grupo dos 35 países, a Noruega regista o melhor resultado nas áreas dos direitos dos doentes e informação e na prevenção, enquanto a Holanda e a Suécia se destacam na diversidade e abrangência dos serviços e tratamentos disponibilizados, com a pontuação máxima (125). Os melhores resultados em saúde (“outcomes”) foram encontrados na Finlândia, Islândia, Alemanha, Holanda, Noruega e Suíça.
Público

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