• A AIB – Associação dos Industriais do Bacalhau formaliza, na Assembleia da República, proposta para instituição do Dia Nacional do Bacalhau. Uma ideia desencadeada pela Riberalves, com o apoio do Museu Marítimo de Ílhavo.
• O afundamento do lugre Maria do Glória, a 5 de Junho de 1942, constitui o episódio mais trágico da história portuguesa da pesca do bacalhau e inspira a data para uma evocação simbólica por parte do país que mais bacalhau consome no Mundo.
• O objetivo é consagrar uma homenagem à epopeia da pesca, mas igualmente à dimensão económica e gastronómica do Fiel Amigo.
A 5 de Junho de 1942, em plena II Guerra Mundial, o lugre português Maria da Glória foi torpedeado e afundado por submarinos alemães, quando navegava rumo aos bancos de pesca da costa Oeste da Gronelândia. O ataque, que resultou em 36 vítimas mortais e apenas oito sobreviventes, ficou inscrito como o mais trágico incidente da história portuguesa da pesca do bacalhau. É precisamente este episódio que inspira a escolha da data de 5 de Junho, inscrita na proposta de Instituição do Dia Nacional do Bacalhau levada à Assembleia da República. Uma ideia desencadeada pela Riberalves e formalizada pela AIB – Associação dos Industriais do Bacalhau.
O objetivo desta proposta, em fase de apresentação aos partidos políticos com representação parlamentar, é o de promover uma homenagem simbólica a toda a epopeia da pesca do bacalhau, mas igualmente à dimensão socioeconómica e gastronómica do Fiel Amigo. Ao longo dos séculos, os portugueses tornaram-se os maiores consumidores mundiais de bacalhau, transformando este peixe num símbolo identitário da sua cultura, alavancando uma indústria que acolhe 2000 empregos diretos e um volume de negócios de 400 milhões de euros (100 milhões de euros de exportações).
A iniciativa de instituição do Dia Nacional do Bacalhau foi desencadeada precisamente por uma das empresas do sector, a Riberalves, e depois formalizada pela associação representativa da indústria, a AIB, com o apoio do Museu Marítimo de Ílhavo. Álvaro Garrido, ex-diretor e atual consultor daquele museu, professor da Universidade de Coimbra e reconhecida autoridade na história e no impacto socioeconómico do bacalhau em Portugal, subscreveu a fundamentação académica que sustenta a proposta de Instituição do Dia Nacional do Bacalhau.
“A nossa proposta foi muito bem acolhida pelos partidos que já nos receberam em audiência. Queremos que a instituição do Dia Nacional do Bacalhau seja uma iniciativa consagrada em Diário da República, de modo a que homenagem se torne verdadeiramente nacional e plena de simbolismo. Estamos muito confiantes numa iniciativa partidária, ou de vários partidos, que venha a apresentar esta proposta a plenário e consequente votação”, afirma Ricardo Alves, presidente da AIB e administrador da Riberalves, após uma sequência de audiências parlamentares já realizadas com Os Verdes, PCP, Bloco de Esquerda, CDS e PSD.
“A evocação do dia 5 de Junho impõe-se como uma devida oportunidade de homenagem, mas, ao mesmo tempo, será o ponto de partida para a exaltação de toda a história, cultura e gastronomia associada ao bacalhau, colmatando uma lacuna existente no nosso calendário. Este será um dia em que, anualmente, poderão ser desenvolvidas as mais diversas iniciativas institucionais, empresariais, académicas, culturais e gastronómicas, convocando a atenção da sociedade, em geral, para todo o universo relacionado com o Fiel Amigo”, afirma ainda Ricardo Alves.
Álvaro Garrido, professor da Universidade de Coimbra e autor da fundamentação académica que sustenta a proposta da Instituição do Dia Nacional do Bacalhau, enquadra a importância da iniciativa: “A dimensão humana, épica e muitas vezes trágica da pesca do Bacalhau, atividade praticada pelos portugueses ao longo de séculos e, cuja época áurea, atravessou décadas do século passado - incluindo os anos da II Guerra Mundial - é feita de episódios de grande densidade, relativamente desconhecidos da sociedade portuguesa. O afundamento do Maria da Glória é o exemplo maior, pelo que a proposta de instituição do Dia Nacional do Bacalhau, a 5 de Junho, se afigura tão apropriada quanto devida. Acresce a isto o facto de o bacalhau ser um forte símbolo identitário da nossa cultura, fortemente enraizado na gastronomia, e um dínamo da indústria associada ao sector, com importante impacto nas economias locais e com marcada vocação exportadora, nomeadamente para as Comunidades Portuguesas”, afirma.
O processo de apresentação da proposta de Instituição do Dia Nacional do Bacalhau prossegue, com audiências já pedidas ao PS e ao PAN.
Sobre a AIB – Associação dos Industriais de Bacalhau
A AIB – Associação do Industriais de Bacalhau, é uma associação de âmbito nacional que tem como objetivo a promoção e desenvolvimento da atividade industrial do bacalhau. A AIB integra associados que representam mais de 75% da Indústria do bacalhau em Portugal. O sector acolhe 2.000 empregos diretos, um volume de negócios de 400 milhões de euros e exportações na ordem dos 100 milhões de euros.
Sobre o Museu Marítimo de Ílhavo
Nascido em 1937, o Museu Marítimo de Ílhavo (MMI) tem como missão preservar a memória do trabalho no mar, promover a cultura e a identidade marítima dos portugueses. Instituição dedicada a todas as comunidades costeiras e aberta aos mais diversos públicos, o MMI é testemunho da forte ligação dos ílhavos ao mar e à Ria de Aveiro. A pesca do bacalhau nos mares da Terra Nova e Gronelândia, as fainas da Ria e a diáspora dos ílhavos ao longo do litoral português são as suas referências patrimoniais.
Sobre a Riberalves
A Riberalves é uma empresa 100% nacional, referência Mundial na transformação de bacalhau, produzindo 30 mil toneladas/ano. Fundada em 1985, a Riberalves focou a atividade exclusivamente no sector do bacalhau a partir de 1990, com a inauguração da primeira fábrica, em Torres Vedras. A partir de 2003, graças ao investimento numa nova unidade industrial, na Moita, hoje a maior fábrica mundial de transformação de bacalhau, a Riberalves estendeu a capacidade produtiva em 60% e tornou-se referência no desenvolvimento de um novo produto, capaz de responder às novas tendências de consumo: o Bacalhau Pronto a Cozinhar. Com uma faturação a rondar os 150 milhões de euros e exportações que valem 40% das vendas, a Riberalves é referência num grupo que integra ainda as empresas AdegaMãe e Riberalves Imobiliária.
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