quarta-feira, 15 de março de 2017

Medidas do governo canadense refletem autodestruição do Ocidente

Heitor Buchaul
Da esquerda para a direita o Ministro da Defesa, Harjit Sajjan, a Ministra do Desenvolvimento Internacional, Marie-Claude Bibeau, o Primeiro-Ministro Justin Trudeau e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Stephane Dion
Da esquerda para a direita o Ministro da Defesa, Harjit Sajjan, a Ministra do Desenvolvimento Internacional, Marie-Claude Bibeau, o Primeiro-Ministro Justin Trudeau e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Stephane Dion
Em fins de janeiro deste ano a grande mídia veiculou com simpatia as declarações do primeiro-ministro canadense Justin Trudeau [na foto acima] sobre a acolhida que promete fazer aos chamados “refugiados”. Muçulmanos em sua maioria, muitos deles tiveram sua entrada proibida nos Estados Unidos. “A diversidade é nossa força”, dizia Trudeau, em mensagem transmitida por ele no Twiter.
No dia 8 de março, quando o mundo oficial, midiático e feminista comemora o “Dia internacional da mulher”, o governo canadense, através da ministra do Desenvolvimento Internacional, Marie-Claude Bibeau [na foto acima], assegurou que gastará nos próximos três anos 650 milhões de dólares para que o acesso ao aborto seja facilitado nos chamados países em desenvolvimento. Segundo a mesma mensagem, o governo espera que esse dinheiro também seja usado em educação sexual e na difusão de anticoncepcionais. Segundo Trudeau, a iniciativa visa dobrar o financiamento existente para a “saúde sexual e reprodutiva”.
Depois de tal notícia, vários grupos antiabortistas já começam a mostrar sua indignação, pois fica cada vez mais claro que o termo “saúde sexual e reprodutiva” nada mais é que o incentivo e financiamento do aborto.
Não deixa de ser interessante que essa notícia tenha sido divulgada no “Dia internacional da mulher”. Com efeito, tal comemoração surgiu no contexto da Revolução russa de 1917, quando no dia 8 de março se organizou uma grande marcha de “trabalhadoras” na qual já aparecia — transportada para o campo identitário sexual rumo ao utópico igualitarismo pleno — o caráter feminista, ou seja, a “luta de classes” proposta por Marx, gérmen das insanas reivindicações dos nossos dias sobre a igualdade de gêneros.
As atitudes do governo canadense podem parecer até mesmo contraditórias, mas não o são e, aliás, reproduzem perfeitamente a situação política ocidental, sobretudo da Europa. Em resumo, os governos não só acolhem como incentivam a vinda dos chamados “refugiados”, jovens do sexo masculino e de religião muçulmana, portadores de uma cultura muito diferente da ocidental. Por serem considerados refugiados, gozam de estatuto privilegiado e recebem financiamento estatal, com o qual mantêm família (às vezes com várias mulheres) e filhos, além de praticarem livremente a sua religião. Em contrapartida, as leis dos países ocidentais são cada vez mais abrangentes quanto ao aborto, à eutanásia e à chamada igualdade de gêneros, sendo infelizmente seguidas por muitos ocidentais que são cada vez menos cristãos e mais preocupados com o próprio prazer e gozo da vida, portanto hedonistas.
Se considerarmos que no Ocidente as pessoas têm cada vez menos filhos, que as aulas de “educação sexual” são um verdadeiro doutrinamento sobre as piores perversões, e que a instituição familiar está em franca decadência; se pensarmos em valores puramente humanos e naturais, é certo que teremos um Ocidente com ampla maioria de muçulmanos nos próximos anos.
Portanto, existe uma mentalidade suicida no Ocidente. É a velha Europa de passado tão glorioso que pede a eutanásia, é o jovem Canadá de proporções continentais que financia não só o aborto de seus filhos, mas também de seus irmãos mais pobres… oh tragédia!
Não podemos ter ilusões: esta é a situação “nua e crua”. Porém, devemos recordar que no mesmo ano em que começava a Revolução russa, a mais nobre das Rainhas visitou Portugal… E Ela disse em Fátima: “Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará!”.

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