António Tomás Correia, presidente da MGAM |
A assembleia geral marcada para quinta-feira vai votar as contas, num ano de compra e venda de várias operações. Dados consolidados mostram falência técnica da Associação
Os associados da Montepio Geral Associação Mutualista (MGAM) votam na quinta-feira as contas da entidade dona do banco Caixa Económica Montepio Geral, em ambiente de grande tensão. A equipa de gestão da Mutualista, liderada por António Tomás Correia, terá de explicar as várias compras e vendas realizadas em 2016.
A Associação Mutualista tem estado debaixo de fogo nas últimas semanas, com notícias a dar conta de riscos e falhas do lado da instituição e também do banco, investigações abertas pelo Banco de Portugal e a revelação de que a Mutualista está em falência técnica, com um capital próprio negativo de 107 milhões de euros.
Tomás Correia - ele próprio sob escrutínio por ser arguido em três processos judiciais -, já veio explicar que, nas contas individuais, a entidade até teve lucros, de 7,4 milhões de euros. O resultado líquido, contudo, foi fruto de uma mais-valia realizada com a venda de imóveis à Caixa Económica, no valor de 154,3 milhões de euros.
Este negócio gerou uma mais-valia de 46 milhões de euros, segundo a informação que consta no relatório individual de 2016, da entidade, consultado pelo DN/Dinheiro Vivo. Foi esta mais-valia que permitiu que o resultado líquido da Mutualista fosse positivo.
Além desta venda, foi ainda realizado um aumento de capital de 270 milhões na Caixa Económica, assim como a compra de mais 31,5 milhões de euros em Unidades de Participação (os títulos que estão cotados no PSI 20, fruto de dois aumentos de capital anteriores). A MGAM comprou também, no final do ano, a participação da sociedade Futuro na Montepio Seguros, por 1,5 milhões de euros, reforçando a sua posição para quase 90% do capital.
Além das aquisições, o MGAM também realizou várias vendas: a entidade alienou a participação que detinha na Finibanco Vida, por 17,4 milhões, conseguindo uma mais-valia de 264 mil euros. No âmbito deste negócio, foi ainda vendida uma carteira de seguros de vida à Lusitânia, por 7,1 milhões.
A entidade liderada por Tomás Correia procedeu ainda à liquidação da Lentinvest, registando uma imparidade de 32,8 milhões de euros. Foi também reconhecida uma imparidade na Montepio Imóveis, uma vez que, segundo o relatório, o capital próprio era negativo.
Só a Montepio Gestão de Ativos, a Bolsimo - Gestão de Ativos e três entidades onde a Mutualista é acionista minoritária é que tiveram lucros. O próprio banco, liderado por Félix Morgado, fechou o terceiro trimestre com prejuízos de 67 milhões de euros e deverá encerrar 2016 com perdas de 80 milhões. O banco divulga as suas contas esta quarta-feira.
Fonte: DN
Nenhum comentário:
Postar um comentário