sábado, 8 de abril de 2017

Havemos de ir a Mafra – e, quem sabe, à Costa Rica

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Fugas
 
 
  Sandra Silva Costa  
Lembro-me muito bem de ter lido o Memorial do Convento e de ter pensado que era um livro fantástico. E também me lembro muito bem de ter ido ao Palácio Nacional de Mafra, uns anos depois, e de ter pensado que era um monumento fantástico. Agora que a Mara Gonçalves nos traz histórias subterrâneas– literalmente – deste que é um dos mais importantes testemunhos do barroco em Portugal fiquei com vontade de lá voltar. Duas vezes na vida não chegam para absorver tudo o que se conta por entre as paredes grossas do palácio, da basílica e do convento. O facto de o monumental edificado celebrar este 2017 o seu tricentenário é motivo mais do que suficiente para um regresso. Não apenas ao palácio, mas também à Tapada, à Ericeira, às quintas que povoam este concelho que se divide entre a terra e o mar, o pão e o vinho, o construído pelo homem e o criado pela natureza. Apanhe, então, a boleia da Mara e do Nuno Ferreira Santos, que, por sua vez, passearam por Mafra com o director do palácio, Mário Pereira, e escreva assim na sua agenda: “Havemos de ir a Mafra.”
Ou a Santa Maria da Feira, se quiser aproveitar a sugestão da Alexandra Couto, que dormiu no novíssimo Hostel da Praça e constatou que a cidade ficou a ganhar, e muito, com esta nova unidade de alojamento. É que a Praça da República beneficiou de um arranjo urbanístico que “permite mobilidade para todos” e mostra-se agora de cara lavada. Por outro lado, numa cidade dominada largamente pelo seu incontornável evento de recriação histórica, a Viagem Medieval, este Hostel da Praça “respira ares de cosmopolitismo porque prefere evocar metrópoles como Tóquio, Nova Iorque ou Melbourne”, escreve a Alexandra. Vá conferir – e não se esqueça que a Feira é célebre pelas suas fogaças e caladinhos.
Estando por esses lados é mais um tirinho até Sever do Vouga, onde o José Augusto Moreira se sentou à mesa do restaurante Santiago e voltou com as melhores referências. Desde logo pela incrível vista voltada ao rio, “num cenário único enquadrado pelo amplo arco da velha ponte do comboio, pequenas bateiras e vegetação luxuriante”. E depois, claro, há comidinha da boa, entre o sável e a lampreia, o cabritinho na lenha e o polvo com migas de batata e couve. Está tudo dito, não está?
Quase. Guardei para o fim uma daquelas viagens que nos fazem sonhar. É à Costa Rica, mais concretamente ao Parque Nacional Manuel Antonio, um jardim com vista para o Pacífico. Foi o Antonino Ribeiro quem andou por lá, entre um número respeitável de pássaros e mamíferos, densa vegetação e praias de sonho, com areias douradas e águas azuis. Não dá vontade de fazer já a mala?
É tudo por hoje, marcamos encontro para a semana. Até lá, boas viagens, e visite-nos sempre.

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