Governo fala em limitações atuais e futuras no Serviço Nacional de Saúde que obrigam a abrir mais vagas em Física.
A "elevada carência" identificada pela Direção-Geral de Saúde de profissionais de física médica, e em especial de peritos em radiologia, levou a aumentar bastante as vagas nesta área no novo concurso nacional de acesso ao ensino superior público que começa esta quarta-feira.
Com 426 vagas em 2017/2018, Física é a área que mais cresce (+20,4%) numa altura em que o total de lugares para estudar nas universidades e politécnicos está praticamente congelado (+0,3%).
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior explica que as "carências detetadas provocam óbvias limitações atuais e futuras ao funcionamento do Serviço Nacional de Saúde", pelo que era preciso "atuar".
Contactada pela TSF, a Associação de Administradores Hospitalares confirma que o serviço público tem atualmente alguma falta de técnicos superiores que operem equipamentos pesados de imagiologia, ressonâncias magnéticas nucleares, tomografias computadorizadas ou aceleradores lineares de radioterapia que obrigam à presença de um físico.
No entanto, as maiores carências serão no futuro, tendo em conta que estamos a falar de equipamentos fundamentais (e cada vez mais usados) na área oncológica, havendo previsões que apontam para um quase certo aumento dos casos de cancro nas próximas décadas.
O representante dos administradores hospitalares, Alexandre Lourenço, explica que um dos ramos da carreira de técnico superior de saúde é a física hospitalar, ao qual podem aceder os licenciados em Física, Físico-Química ou Engenharia Física.
Neste novo concurso de acesso ao superior, o Governo acaba assim com os limites à abertura de vagas nesta área e recorda que a formação superior inicial em Física, Engenharia Física e Física Tecnológica é considerada como habilitação de base necessária tanto para especialistas em física médica como para técnicos e peritos de proteção radiológica.
Os números enviados à TSF pelo Ministério revelam que oito dos 11 cursos nesta área têm aumentos de vagas, além de ser criado um novo curso na Universidade de Aveiro. As vagas em Física no país passam assim de 354 para 426.
Além da Física, outra das apostas para este ano no ensino superior está na área das Tecnologias de Informação e Comunicação Eletrónica, que terá mais 151 vagas (+2,4%) do que em 2016/2017, com a abertura, por exemplo, de dois novos cursos de Eletrónica e Automação, e outros dois de Ciências Informáticas.
Fonte: TSF
Foto: Fernando Fontes/Global Imagens
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