A Casa Branca age ilegalmente quando exclui pessoas desse fórum, simplesmente porque eles não concordaram com o presidente", disse Jameel Jaffer, diretor executivo do Instituto Knight.
Carlos Barria/REUTERS |
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e outros membros da Casa Branca, foram processados pelo Instituto Knight First Amendment, que alega que o bloqueio do presidente a vários utilizadores do Twitter é uma violação à Constituição, escreve a agência Bloomberg.
A queixa do instituto, uma organização sem fins lucrativos afiliada à Columbia University, argumenta que a conta do presidente na rede social – @realDonaldTrump – é “um fórum público sob a Primeira Emenda” pela forma em como Trump e os funcionários da Casa Branca utilizam a conta para comunicar. Sean Spicer já tinha dito anteriormente que os tweets do presidente são “declarações oficiais”.
“A conta do Twitter do presidente Trump tornou-se numa fonte importante de notícias e informações sobre o governo e um fórum importante para falar ‘para’, ‘sobre’, ou ‘com’ o presidente”, disse Jameel Jaffer, diretor do Instituto Knight, em comunicado. “A Primeira Emenda aplica-se a este fórum digital da mesma forma que se aplica às prefeituras e às reuniões abertas do conselho. A Casa Branca age ilegalmente quando exclui pessoas desse fórum, simplesmente porque eles não concordaram com o presidente”, reforçou.
Um dos queixosos, o comediante Nick Pappas, disse que foi bloqueado depois de responder a um tweetque o presidente escreveu sobre a proibição de viagem de pessoas provenientes de sete países muçulmanos. “Trump está certo. O governo deve proteger as pessoas. É por isso que os tribunais estão a proteger-nos dele”, escreveu Pappas, que admitiu que no dia seguinte à sua publicação viu a sua conta ser bloqueada, depois de centenas de retweets. Eugene Gu, outro queixoso, disse que a sua conta foi bloqueada duas horas depois de escrever no Twitter: “Covfefe: a mesma pessoa que não revê o seu Twitter lida com o botão nuclear”.
Outros utilizadores bloqueados são Holly Figueroa, Rebecca Bulkwalter, uma escritora, Philip Cohen, um professor, Brandon Neely e Joseph Papp, um antigo ciclista profissional. Todos alegam ter sido bloqueados por causa de tweets que discordaram do presidente e das suas políticas. Tal bloqueio, afirmou a denúncia do Instituto, “impõe uma restrição inconstitucional ao seu direito de aceder às declarações” do presidente.
Fonte: Jornal de Economia
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