Tiago 4.1-7
O capítulo 4 de Tiago deixa claro que havia divisões e disputas carnais entre seus destinatários. Uma causa era os desejos egoístas de muitos que queriam ser mestres (3.1), mas a causa básica era a desobediência. Havia uma falta de verdadeira separação de suas vidas. É uma grande tragédia quando os irmãos vivem em discórdia, em lugar de viver na unidade (Sal 133). Amós disse: “Como andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?” (Am 3.3).
No capítulo 3.15, Tiago nos diz: "Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica", mostrando assim que o cristão luta contra o mundo (Terrena), a carne (animal), e (diabólica), o diabo. Essa mesma lista Paulo apresenta no capítulo 2. 1-3 de Efésios, onde ele descreve a vida do pecador não salvo. A pessoa não salva vive para o mundo e para a carne, e está debaixo do controle do diabo. Os que confiam em Cristo recebem o Espírito Santo e tem uma nova natureza. No entanto, ainda batalham contra esses inimigos (Gal 5.16; Ef 6.12).
1. A carne (vv 1-3). A palavra “deleites”, que seria a mesma palavra paixão, não necessariamente as paixões sensuais, mas todo desejo carnal, ou que estimula a carne e cria problemas. Não é o corpo que é pecaminoso, como alguns ensinam; mas sim, a natureza caída quando controla o corpo, que o leva ao pecado, porque essa natureza é pecaminosa. A carne é essa natureza humana separada de Deus, assim como o mundo é a sociedade humana separada de Deus. É por isso que Paulo, escrevendo aos Romanos 6, ele exorta a submissão de nossos membros ao Espírito Santo. No versículo 2,3 Tiago descreve as ações pecaminosas destes crentes:
a. Cobiçam e nada tendes;
b. Invejam e nada alcançam;
c. Combatem e guerreiam, e não ganham nada com isso.
d. Pois fazem tudo sem oração: “... porque não pedis”;
e. E quando oram, o faz egoisticamente: “Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para gastardes em vossos deleites” (v3). Para aumentar seus prazeres e não para glorificar a Deus.
f. A carne pode estimular uma pessoa a orar! Mas sua oração nunca será para a gloria de Deus. Logicamente, quando um crente não está em paz com todos, ele está em guerra consigo mesmo (He 12.14).
2. O mundo (vv 4,5). O adultério espiritual se constitui em estar casado com Cristo (Rm 7.4), e, no entanto amar o mundo (2Co 11.2,3). No Antigo Testamento, Deus chama de “adultério” a idolatria do povo de Israel, pois, o povo escolhido havia deixado de adorar ao Senhor, para se prostrar diante dos ídolos.
a. Como pode um cristão ter amizade com o mundo, quando foi chamado para sair dele? (Jo 15.18,19).
b. Fomos crucificados para o mundo, e o mundo para nós (Gal 6.14).
c. Há pelo menos quatro passos que o crente dá, para entrar nessa relação com o mundo: (1) Faz amizade com o mundo (Tg 4.4); (2) Contamina-se com o mundo (Tg 1.27) (3) Passa a amar o mundo (1Jo 2.15-17); (4) Conforma-se com o mundo (Rm 12.1,2). Depois de o crente estar nesse relacionamento com o mundo, ele passa a ser julgado por Deus, juntamente com o mundo (1Co 11.32). Ló é um exemplo claro disso (Gn 13.10-13; 19).
3. O diabo (vv 6,7). Os cristãos que vivem para o mundo e a carne se tornam orgulhosos, e o diabo aproveita desta situação, porque o orgulho e uma de suas armas prediletas. Deus quer nos dar mais graça, mais que qualquer coisa que o diabo pode dar. Devemos usar a Palavra de Deus para resistir ao diabo (Lc 4. 1-13), e o Espírito Santo nos capacita para assim fazer. Porém, Deus não ajuda ao cristão orgulhoso que se recusa a arrepender-se e humilhar-se. A graça e para o humilde, não para o arrogante. Devemos primeiro nos sujeitar a Deus; em seguida resistir eficazmente ao diabo, e ele fugirá.
É importante que os cristãos, se auto examinem para ver se alguns desses inimigos o estão derrotando.
Por Daniel Nunes, Pastor Evangélico
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