Mudanças em Angola? Que mudanças?

David Dinis, Director

Bom dia!

Donald Trump mudou de ideias: admitindo que não foi esse o seu "instinto", e apesar de não dar detalhes sobre números ou datas, o Presidente americano anunciou esta noite um reforço da presença americana no Afeganistão. O raro discurso televisivo não mudará nada: alguns milhares de soldados não chegam para travar a espiral destrutiva que engole o país, como explica a Ana Fonseca Pereira.

Um sismo em Itália fez pelo menos dois mortos. Embora a magnitude não tenha sido devastadora, o sismo levou diversos edifícios a ruir. A ilha de Ísquia é um dos destinos turísticos mais populares do Golfo de Nápoles.

O eclipse deixou meio mundo de olhos postos no céu, sobretudo na parte central dos Estados Unidos. Em Portugal, o fenómeno só chegou ao final da tarde - e de forma parcial -, mas ainda deu para tirar umas fotos e registar o momento.

Sobre a noite passada, deixo-lhe ainda "A Guerra dos Tronos", de joelhos sobre o gelo. A Joana Amaral Cardoso esteve a ver Beyond the Wall, o penúltimo episódio da penúltima temporada de A Guerra dos Tronos, o mais longo de sempre da série. O resumo? Sete magníficos entram num lago de gelo e... no fim ganham os que jogam com a eficácia da Alemanha. Fica o aviso: este texto está cheio de spoilers sobre o episódio.

No Público hoje

Amanhã há eleições em Angola. Promete-se uma mudança, porque José Eduardo dos Santos sairá do poder. Mas os angolanos que vivem fora do país não votam, não participam nessa "mudança". É altura de dizer que "o olhar diferente" da diáspora "incomoda" - e se abrir o PÚBLICO de hoje, ele começa com a Ana Cristina Pereira a explicar porquê. Depois, vire a página. E leia o que se segue: "Aconteça o que acontecer, a situação económica de Angola tem pouca esperança de melhorar no curto prazo. Porque o sustento da economia angolana não advém de quem está no poder, mas da grande companhia nacional de petróleo de Angola, a Sonangol, e nesse campo, as coisas já estiveram melhor". Como explica João Gaspar Marques, quem controla o petróleo é a Sonangol, e quem controla a Sonangol controla Angola e o futuro dos angolanos. Seja, portanto, bem-vindo ao Estado Sonangol.

Por cá, reabre-se o capítulo da negociação do Orçamento. E a esquerda avisa: um atraso pode sair caro ao Governo, se levar as decisões para a discussão na especialidade. E convém anotar isto: se Costa espera "uma nova etapa da legislatura" depois das autárquicas, não convém contar com o PSD. O histórico não é favorável.

O que avança é o processo contra o SIRESP. Conta-nos a Liliana Valente que o MAI vai notificar esta semana o operador que vai exigir, no fim do ano, uma compensação pelas falhas ocorridas nos fogos. Os argumentos são estes. Na concorrência também se fala de incêndios: diz o DN que o Governo rejeitou projectos para prevenir fogos por falta de verbas - e que o Bloco já faz perguntas sobre o assunto.

Na nossa manchete há uma notícia sobre o fisco: as Finanças ilibaram funcionários castigados pela consulta indevida de dados fiscais. A ordem, agora, é para ter funcionários "vigilantes".

Quase a fechar este bloco, uma boa notícia: Portugal voltou a aumentar o investimento em ciência, depois de seis anos de quebra.

... e um resultado disso mesmo, vindo da Fundação Champalimaud e do Instituto Gulbenkian de Ciência: e se o tratamento do cancro de cada doente fosse testado por um peixinho?

Verão que é de ler...

O texto do Luís Miguel Oliveira sobre Jerry Lewis. É mesmo de ler, porque ele nos lembra os seus filmes mal compreendidos na América, porque nos lembra como Jean-Luc Godart o achava "mais engraçado quando não tinha graça", porque nos convoca para o "riso cerebral" que é um esgar em face do desespero e das nossas imperfeições, enquanto homens. Leia mesmo, é um senhor obituário.

No P2 Verão encontra outro bom texto, do José Riço Direitinho, recomendandolivros com viagens dentro. Neste caso, os de Herta Müller, a novelista, escritora, poetisa e ensaísta nascida na Roménia, que fez da Bucareste de Nicolae Ceausescu a alegoria trágica de uma sociedade insana, manobrada pelo medo do ditador. Se há feridas abertas que nunca irão sarar, também é verdade queos livros ajudam a recuperar. 

Também no P2 contamos a história feliz de uma família diferente - porque quis abrir a porta a um estilo de vida mais saudável. Entrando por essa porta, a Ana Cristina Pereira conta-nos como o que poderá ser o futuro ou, pelo menos, um certo futuro.

Porque ainda estamos em Agosto, hoje despeço-me com uma recomendação do Miguel Esteves Cardoso. Diz-nos ele que "aprender a fazer uma Margarita perfeita é uma boa maneira de descobrir a fórmula fácil para muitos outros cocktails". Ora ajuda-nos lá a experimentar isso, Miguel.

Seja de copo na mão, junto ao mar ou à piscina; ou de computador à frente, pronto para um novo dia de trabalho, desejo-lhe um dia feliz de Agosto. Nós por aquiestaremos, sempre prontos a contar-lhe as últimas.

Até já!