terça-feira, 22 de agosto de 2017

Keep Calm e siga estas dicas para relaxar

Sabia que caminhar durante 20 minutos pode ter o mesmo efeito que um calmante? Michael Aston Smith transformou a app de meditação “Calm” num livro onde partilha truques para viver menos stressado.
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“A vida empresarial oferece muitas alegrias, mas também pode causar uma existência muito caótica, agitada e intensa”, escreve Michael Aston Smith no seu novo livroCalm: Acalmar a Mente para mudar o Mundo. Aquilo que começou por ser uma das aplicações de meditação mais populares transformou-se em livro pelas mãos de um dos fundadores. Objectivo? Ajudar a combater o stress da vida moderna, muitas vezes embrulhado em excesso de trabalho, emails sem fim e trânsito caótico. Um guia sem regras, ideal para ter à secretária e folhear sempre que sentir ansiedade.
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Este pode e deve ser usado em conjunto com a app gratuita (ou a sua versão online) e, tal como o nome indica, promove uma sensação de calma, relaxando o sistema nervoso. Basta selecionar a duração da sessão (entre 2 a 20 minutos) e escolher uma imagem da natureza como cenário de fundo ao som das ondas do oceano ou do ruído da chuva. “Ele foi concebido para o inspirar a desenvolver hábitos calmos que o irão ajudar a prestar atenção à sua vida: a fazer uma pausa, a apreciar a alegria e a beleza que o rodeiam, a tentar viver uma vida no presente” — uma das características do tão faladomindfullness.
Os dias são passados numa correria contra o relógio. Raramente nos separamos dos nossos dispositivos digitais, o que nos deixa totalmente arrasados e com a sensação de respondermos a demasiados estímulos. Estamos tão concentrados naquilo que vem a seguir que o que está a acontecer diante dos nossos olhos nos passa completamente ao lado”, escreve Michael Aston Smith. “Temos o corpo inundado de cortisol, a hormona do stress, que pode causar-nos uma infinidade de problemas, desde tensão muscular a exaustão. Atualmente, calcula-se que mais de 70% das visitas aos médicos se devem a questões relacionadas com o stress.”
Com a ajuda do fundador de Calm, reunimos 10 dicas para seguir um estilo de vida mais calmo (e menos stressante) com ou sem meditação incluída:

Mantenha um diário

Como parte da sua missão para desenvolver uma vida mais calma, sugerimos que mantenha um diário onde possa escrever todos os dias. Se não for fã de papel, pode sempre criar um Tumblr para partilhar os seus pensamentos (e imagens inspiradoras) diariamente. “Pode reduzir o stress, aumentar os sentimentos de autoestima e ajudar-nos a lidar melhor com as experiências traumáticas”, diz Michael Acton Smith. “Escrever pode ser um fim terapêutico para um dia caótico, uma excelente forma de limpar a mente para o novo dia que se aproxima.”

Arranje um cão

Segundo o fundador da aplicação Calm, passar algum tempo na companhia de um cão pode ter um poderoso efeito calmante nas pessoas. Num estudo daUniversidade da Califórnia, em Los Angeles, um grupo de investigadores examinou o impacto de curtas visitas semanais de cães a pacientes com doenças de coração e constatou que os níveis de ansiedade desceram 24% — em comparação com uma descida de 10% nos que eram visitados apenas por uma pessoa. Isto é, os níveis da hormona do stress desceram 17% nos pacientes que eram visitados por cães em comparação com uma descida de 2% nos pacientes que eram visitados apenas por pessoas.

Experimente um trajecto diferente

Se antes as viagens eram vistas como uma actividade de lazer (perfeita para observar as outras pessoas, ler um romance ou embrenhar-se numa conversa com um estranho), hoje são vistas como um transtorno. O trajecto diário para o emprego ocupa uma grande parte do tempo da maioria das pessoas que trabalha em escritórios e está associado a um aumento dos níveis de stress porque “passamos a viagem para o trabalho preocupados com o dia que temos pela frente, ou a viagem de regresso a remoermos negativamente nas divergências das últimas oito horas”.
Michael Acton Smith sugere que experimente um trajecto novo até ao emprego. “Quebrar velhos hábitos faz bem à mente. Viajar por um caminho não familiar reprograma o cérebro, afastando-o do modo de piloto automático. Além disso, quando se aventura a sair da sua zona de conforto, é possível que descubra algo bonito, uma joia oculta de arquitetura, uma bela árvore antiga, um museu pouco conhecido ou uma charcutaria óptima cuja existência desconhecia.” Em último caso, e sempre que sentir a pressão arterial a subir, procure distrair-se com sons ao seu redor.

Tome um banho consciente

O acto de tomar banho está ligado ao relaxamento há milhares de anos. Hoje a hidroterapia é utilizada pelos fisioterapeutas e massagistas desportivos (e as propriedades da água do mar são usadas em vários tratamentos populares por todo o mundo), mas os romanos já realizavam reuniões de negócios nos seus grandes banhos comunitários. Por isso, deve encarar um banho nocturno como a oportunidade perfeita para apreciar um momento de calma.
“Comece por prestar atenção ao som da água quando abre a torneira. Junte-lhe esferas de banho aromáticas e observe as bolhas a crescer à medida que a banheira se enche. Acenda uma vela e coloque-a num ponto onde possa observar a chama a tremeluzir enquanto estiver imerso em água. Leve a sua atenção para cada parte do seu corpo à medida que mergulha lentamente na água quente. Feche os olhos e respire fundo”, recomenda Michael Acton Smith.

Faça uma caminhada

É costume dizermos que vamos dar um passeio para “arejar a cabeça” porque associamos o caminhar à recuperação do sentido de calma. A verdade é que, quando caminhamos, os neurotransmissores da calma (conhecidos como endorfinas) são libertados. Estes são conhecidos por aliviar a dor e aumentar os sentimentos de positividade e relaxamento. Há mesmo estudos que demonstram que uma caminhada de 20 ou 30 minutos pode ter o mesmo efeito calmante que um tranquilizante suave.
“Tente sair do metropolitano ou do autocarro algumas paragens antes da sua, fazendo um percurso indireto até casa. Tente estacionar o automóvel um pouco mais longe ou fazer uma caminhada até um café diferente na sua hora de almoço. Se fizer um esforço, em breve irá sentir-se mais calmo, feliz e saudável.”

Tenha alecrim à mão

Se se sentir stressado, o aroma a alecrim é calmante e pode ajudar a diminuir os níveis de cortisol. Já o aroma dos citrinos tem qualidade anti-stress. Investigadores daClínica Mayo, nos Estados Unidos, pediram a voluntários que inalassem uma série de aromas de aromaterapia e constataram que o odor do limão tem um impacto calmante. Mantenha um frasco de óleo essencial de limão na sua mala e coloque umas gotas no pulso antes de uma reunião.

Desligue o telemóvel

“Da próxima vez que estiver a desfrutar de uns momentos com alguém que ama, desligue o telemóvel. Concentre-se na pessoa que tem ao seu lado e escute-a com atenção”, sugere Michael Acton Smith. Actualmente, estamos sempre “ligados”, preocupados com oportunidades perdidas e ansiosos com o futuro. Se é daquelas pessoas que adormece com o telefone no colo a tentar freneticamente responder a um último email antes de apagar por completo, está na hora de desligar o smartphone por umas horas.

Durma bem

Para além de ajudar o corpo a regenerar-se, o sono abranda o ritmo cardíaco e faz diminuir a pressão arterial. No entanto, raramente é uma prioridade ao lado das séries de televisão em atraso, do email de última hora por responder ou da roupa suja que é preciso pôr a lavar.
“Implemente uma hora de recolher a tecnologia. Está provado que a luz que irradia do ecrã da televisão, dos telemóveis e do computador interfere com o ritmo circadiano do organismo. Um estudo efectuado pelos investigadores da Harvard Medical School, nos Estados Unidos, observou que determinadas frequências de luz interferem com a produção da hormona indutora do sono, a melatonina. Desligue os aparelhos e as televisões pelo menos uma hora antes de ir dormir”.

Encontre o seu fluxo

“Quando foi a última vez que perdeu a noção do tempo durante a execução de uma tarefa?”, pergunta o autor do livro Calm. Aquele tipo de tarefa em que nem dá pelas horas passar e pode ajudar a alimentar o seu estado de calma. “Quando estamos embrenhados em algo desafiante em que somos bons, entramos num estado a que os psicólogos dão o nome de ‘fluxo’. É a antítese de executar múltiplas tarefas ao mesmo tempo.”

Não almoce à pressa

Costuma almoçar à secretária e beber o café à pressa? Não é o único. Mais de um terço das pessoas que trabalham em escritórios almoçam regularmente à secretária, de acordo com um relatório norte-americano recente. “As refeições deviam ser oportunidades de ouro para fazer uma pausa no dia de trabalho, a desculpa ideal para abraçar uma pausa nutritiva, mas muitas pessoas encaram-nas como uma inconveniência necessária. Passámos de três refeições por dia a uma atitude errática para com a alimentação de ‘comer a despachar’”, diz Michael Acton Smith.
Como consequência, não só não temos tempo para produzir as enzimas necessárias para uma digestão saudável como temos uma maior probabilidade de consumir mais do que consumiríamos se estivéssemos concentrados na refeição que temos à frente. “A própria ideia de um almoço de lazer, em que podemos ter uma conversa frente a frente com um colega ou amigo, passou a ser vista como um acto preguiçoso. Mesmo que consiga sair do escritório, muito provavelmente vai levar o telemóvel consigo.”
O autor sugere que comece por comer um único quadradinho de chocolate com consciência plena. Depois, dedique uma hora ao almoço para redescobrir o prazer da comida e ficar com a “sensação boa de estar cheio: saciado, feliz e calmo”.

Fonte: Sílvia Silva/Observador

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