Enquanto dormia...
... ninguém sabe o que vai acontecer hoje com a Catalunha (parte II). Desde as 9h00, o Senado está reunido em Madrid para aprovar a aplicação do Artigo 155. Duas horas depois, o parlamento catalão responde, provavelmente decretando a independência. É mais um dia de muitas dúvidas que já estamos a seguir em direto.
Ontem foram 24 horas de avanços e recuos (aqui registados), que começaram com a possibilidade de eleições regionais antecipadas e acabaram em nada. Ou, como escreve o João de Almeida Dias, no dia em que teve todas as opções nas mãos, Puigdemont deixou a Catalunha sem nenhuma além do Artigo 155.
Os editoriais dos jornais espanhóis refletem isso mesmo: "Caos e confusão", escreve o El País, como "Puigdemont leva a Catalunha ao desastre", lê-se no El Mundo, "Puigdemont, cobarde a dobrar", diz o diretor do El Español, "Um país à deriva", conclui o La Vanguardia.
Hoje é também dia de greve da administração pública, a primeira de muitas que aí vêm e que até incluem os árbitros. Os hospitais paralisaram desde a meia noite e os sindicatos avançam com números de adesão perto dos 100%.
Afinal, Trump não libertou todos os documentos sobre o assassínio de John Fitzgerald Kennedy. Opresidente americano acatou (para já) as recomendações dos serviços secretos e só permitiu divulgar 2.800 documentos secretos. CIA e o FBI têm agora 18o dias para fundamentar as suas razões antes que os restantes ficheiros, mais 300, se tornem públicos.
Durante a noite, jornais como o Washington Post e televisões como a CNN revelaram já detalhes dos novos documentos. Referem strippers, festas de sexo, conspirações para assassinar Fidel Castro e outros episódios - ah, e um ficheiro que dá pistas sobre quem matou Kennedy... Mas é pouco provável que isso acabe com as muitas teorias. O Miguel Freitas da Costa leu 5 livros com as especulações sobre o que aconteceu a JFK só para avivar ainda mais a memória.
Ainda dos EUA, Trump declarou a crise de opiáceos uma emergência de saúde pública: por dia morrem 175 pessoas.
Outra informação importante
A tensão entre Costa e Marcelo subiu de tom, com troca de palavras que há seis meses pareceriam impossíveis. Depois de ler críticas de um deputado socialista e um artigo duro no jornal do PS na sequência da manchete do Público que revelava que o Governo tinha ficado "chocado" com o discurso do Presidente depois dos fogos, Marcelo respondeu à letra a partir dos Açores. "Chocado ficou o país". Foi o sinal que faltava de que acabou o bom tempo e começou o inverno entre Belém e S. Bento. Ou como escreve o Vítor Matos na análise à nova coabitação, este é um guia para perceber um Presidente carnívoro.
Mas Marcelo não se ficou pelo novo (e violento) ralhete em público. Na visita aos Açores, como conta a reportagem do Rui Pedro Antunes, comentou o actual momento da política nacional em várias ocasiões: sugeriu que Costa amuou, lembrou que é militante do PSD e disse ainda que anda sempre a "colar coisas".
Num jantar de campanha no Porto, Santana Lopes suavizou o discurso e disse não acreditar que Marcelo tivesse passado uma rasteira a Costa.
Referência ainda para o PSD-Lisboa, porque José Eduardo Martins bateu com a porta e suspendeu o mandato como deputado municipal.
Já Fernando Medina tomou posse como presidente da Câmara de Lisboa mas sem acordo à esquerda e desapontado com a recusa do PCP a qualquer coligação. Resta o apoio do Bloco...
Porque são os juízes inamovíveis, como podem ser avaliados e que tipo de punições podem sofrer? A Sónia Simões responde a estas e a outras questões e conta vários exemplos de casos com juízes a propósito do polémico acórdão sobre a violência doméstica e o adultério. A PGR disse entretanto que não vai recorrer da decisão do Tribunal da Relação do Porto. Decisão que já é notícia na CNN.
Sem deixar a polémica arrastar-se, a Proteção Civil divulgou o nome de 44 das 45 vítimas dos últimos incêndios. Não são contudo reveladas as circunstâncias das mortes. E soube-se agora, via comunicado, que ainda há dois desaparecidos.
Da polémica dos incêndios sobra ainda o debate sobre as conclusões da Comissão Independente que acontece hoje no Parlamento a partir das 10h00 (e que seguiremos em direto). A TSF está a adiantar esta manhã que o Comandante afastado teve um papel decisivo nas críticas à Proteção Civil, enquanto o Público escreve que a última decisão da ministra antes de se demitir foi deixar os polícias a tomar conta do SIRESP 24 horas por dia, todos os dias do ano.
Por falar em SIRESP, o Governo pagou mais 4% que em 2016 até final de junho à sociedade gestora do sistema.
E por falar em polícias, o DN diz que são cada vez menos: a PSP só substituiu metade dos agentes que saíram para a reforma.
Na economia, o crescimento de 6% das receitas com os impostosajudou o défice a cair para 569 milhões de euros. E as boas notícias para a economia nacional não ficaram por aqui: o BCE ainda deve comprar mais de 12 mil milhões de dívida portuguesa nos próximos anos, apesar de Mario Draghi ter anunciado ontem que o Banco Central vai reduzir para metade o ritmo de compras, ainda que o programa de estímulos só termine em setembro de 2018.
Entretanto, o Governo anunciou um novo instrumento de poupança que vai substituir os Certificados do Tesouro. Mas tem menos rendimento.
Já lhe chamam o efeito Weinstein: as acusações de assédio sexual entre personalidades famosas tornou-se uma bola de neve que já envolve 26 nomes. Há realizadores de cinema, atores, músicos, fotógrafos, escritores e até ex-presidentes envolvidos em escândalos sexuais. No caso de James Toback, há até agora uma história de ameaças de morte.
Os nossos especiais
Numa altura em que tanto se fala de igualdade de género (ou da falta dela), a Ana Cristina Marques entrevistou Ana Tapia, a psicóloga e autora do livro "Stop. As 50 Estratégias das Mulheres sem Tempo". Que lhe falou das pressões de trabalho internas e externas e na distinção de género no escritório.
No Conversas à Quinta, o tema foi a Revolução de Outubro. José Manuel Fernandes debateu com Jaime Gama e Jaime Nogueira Pinto como o golpe de Lenine se transformou na revolução russa que mudou o mundo há 100 anos e a ilusão comunista se revelou uma tragédia da qual a Rússia ainda não recuperou.
A nossa opinião
- Rui Ramos escreve sobre a reforma da floresta de Costa e as medidas contra os fogos: "A pretexto da floresta, o governo vai tornar a vida ainda mais difícil às populações rurais. A Idade Média foi o tempo dos povoadores. Vivemos agora no tempo dos despovoadores".
- José Milhazes escreve sobre a ingerência da Rússia na questão catalã: "A necessidade da criação de meios de informação concentrados no desmascaramento de notícias falsas vindas do Kremlin é urgente, devendo a União Europeia agir nesse sentido".
Notícias surpreendentes
Eu sei que o tempo ainda apetece praia e esplanadas, mas esta noite é boa para ficar em casa e ver (além do futebol) Stranger Things. A segunda temporada de umas das mais populares séries do momento promete.
Para jantar pode até preparar comida vegetariana. O chef Paul Ivić, que tem uma estrela Michelin, explica porquê e eu garanto que não se vai arrepender (pelo menos de ler a entrevista do Diogo Lopes).
Para desenjoar, tem duas boas histórias de desporto contadas pelo Bruno Roseiro: a da nadadora Cate Campbell, que falhou nos Jogos do Rio por causa de um SMS e agora voltou para bater recordes; e a de um outro recorde, batido na NBA pelo grego Antetokounmpo, que há cinco anos vendia relógios nas ruas de Atenas.
Se ainda não comprou máscaras para este Halloween, o Mauro Gonçalves tem soluções. Siga as tendências com as melhores peças para eles, para elas e para os miúdos e vá pregar uns sustos.
E se já está a pensar em férias para o próximo ano, eis uma lista de sugestões que pode dar muito jeito. A Lonely Planet revela os dez países com os preços mais baratos em 2018: é possível comer por 2,5 euros e dormir por 25.
E que tal tirar fotos do quotidiano da Coreia do Norte a partir da janela de um quarto de hotel, com um telemóvel barato, como se fosse um 'sniper'? Eis o resultado.
O resumo das notícias que agora lhe fiz pode ficar desatualizado já daqui a pouco: sobre a Catalunha pode haver decisões a qualquer momento, a tensão Marcelo/Costa pode conhecer desenvolvimentos (ou acalmia) e a greve da Função Pública pode paralisar vários serviços pelo País. Se passar pelo Observador ficará de novo a par de tudo o que se passa
Uma boa sexta-feira e um bom fim de semana
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