David Dinis, Director
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Bom dia!
As últimas notícias são estas:
Trump libertou ficheiros sobre o assassinato de JFK. A ordem do Presidente já pôs investigadores e jornalistas a vasculhar 2800 documentos, mas manteve outros 280 em segredo. Mas, a julgar pelo que se diz em Washington, os amantes de teorias da conspiração vão ter de continuar à procura daquela página em que a CIA, Fidel Castro, a Máfia ou o pai do senador Ted Cruz são apontados como os responsáveis, conta-nos o Alexandre Martins.
Mas Trump também declarou “emergência de saúde pública” nos EUA. Está sentado? Foi por isto: o consumo de analgésicos e medicamentos opiáceos provocou a morte de 64 mil pessoas na América só no ano passado.
A ONU acusou Assad de um ataque químico que matou 81 pessoas. “O relatório confirma o que há muito sabíamos ser verdade”, disse a embaixadora norte-americana na ONU, deixando críticas bem directas para Moscovo.
O que marca o dia
Uma notícia sobre a ministra Constança. A ex-MAI criou um gabinete de crise para o SIRESP, a dois dias de se demitir - e um dia do importante discurso de Marcelo. A Liliana Valente conta como funciona, na manchete de hoje.
O azedar de relações entre Costa e Marcelo deu que falar: o PS deu sequência ao ataque; o Presidente respondeu à letra; o PSD fez as pazes com o chefe de Estado. Aqui fica o balanço e contas, enquanto nos Açores, ao lado do Presidente, a Leonete Botelho registava isto: "O Presidente esteve em dois territórios fictícios como se fossem reais. Qualquer semelhança com a realidade não é pura coincidência."
Mas hoje é Francisco Assis quem avisa Costa: "Marcelo está para ficar e é preciso saber conviver com ele", sobretudo quando vem aí uma "novíssima geringonça". Vale a pena perceber qual.
Enquanto isso, o PSD divide-se numa contagem de apoios. E Santana mostrou-se "preocupado" com o que leu no PÚBLICO ontem.
Hoje é dia de greve global. A CGTP conseguiu mobilizar médicos e enfermeiros, mas também professores, no seu maior protesto contra a "geringonça" - ou contra "o desastre dos serviços públicos".
Nas Finanças, Centeno faz de formiguinha: cortou nos juros dos produtos de poupança, viu o o défice cair 2290 milhões até ao final de Setembro. E teve sorte: o BCE cortou os estímulos, mas pode manter compras de dívida portuguesa.
Entretanto, o coro da Justiça desafina. Por causa do polémico acórdão do juiz do Porto, relata a Mariana Oliveira.
E as universidades públicas desalinham: as novas fundações não geraram mais receitas, mas já há mais quatro candidatas àquele estatuto.
Ainda vale a pena saber isto: o tempo quente e seco vai manter-se pelo menos até domingo. E isto também: a hora volta a mudar já amanhã, naquela noite em que ganhamos uma hora para sonhar (ou para viver).
Uma pausa para ler...
Coisas boas para ler no PÚBLICO - nem que seja no fim-de-semana:
1. Voltamos aos "JFK files"? É que temos dois textos, via Washington Post, que são um "must read" - como eles dizem lá pela América. O primeiro começa assim: "Esteve quase a não levar a câmara. A 22 de Novembro de 1963, o dia em que o nome de Abraham Zapruder iria para sempre ficar ligado a uma tragédia americana, o costureiro de Dallas que adorava fazer filmes caseiros tinha decidido deixar a sua Bell and Howell Zoomatic em casa. Foi a sua assistente que o convenceu de que valia a pena registar em filme o desfile do Presidente John F. Kennedy pela Dealey Plaza." Sabemos o que aconteceu depois, sim. Mas não sabíamos isto: Zapruder filmou a morte de JFK e isso só lhe trouxe tristezas. E depois disso vieram as seis teorias da conspiração sobre o assassinato (que até passam pelo monte relvado, o Homem do Guarda-Chuva, Lyndon B. Johnson e o pai de Ted Cruz).
2. No Senado de Madrid, a sessão foi dura e longa. Depois de Puigdemont ter recuado na intenção de fazer eleições antecipadas, o debate com o representante catalão aqueceu. Mas é como diz a Sofia Lorena: poucos terão sido os dias em que pareceu ter acontecido tanto para, na verdade, não acontecer nada. Agora, a questão é esta: como vai Madrid tomar conta da Catalunha. E também se a Catalunha não será um Estado falhado, como anota o nosso Jorge Almeida Fernandes.
3. O teatro de Tiago Rodrigues está sujo de realidade. Depois de uma elogiada estreia em Avignon, Sopro mostra-se em Lisboa no Teatro Nacional Dona Maria II. Em palco, a história que se conta rebenta com as fronteiras entre realidade e ficção. O Gonçalo Frota conta-a na capa do ípsilon, com uma expressão que me arrepia: o lugar feliz de não saber o que se segue.
4. Lugar feliz, também na Fugas, até ao arquipélago de todas as cores: seduz surfistas, atrai hedonistas, magnetiza os amantes do silêncio e da natureza. Bocas del Toro, no mar das Caraíbas, com nove ilhas, 50 cayos e duas centenas de ilhotes, deve muito à indústria da banana e nada fica a dever à ideia que temos de paraíso. E tanto que queremos esse paraíso, meu caro Sousa Ribeiro.
Agenda do dia
Hoje é de greve na função pública, mas também de muitos debates sobre os incêndios: um no Parlamento, sobre o relatório dos técnicos independentes; outro no congresso da Liga dos Bombeiros, que seguirá até domingo (em fim-de-semana de alerta para incêndios....). É também dia de uma manifestação de protestocontra o acórdão da Relação do Porto sobre violência doméstica. E da apresentação de resultados da CGD, relativos ao terceiro trimestre.
Por cá está o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, o polémico Boris Johnson. E aqui ao lado, em Madrid, o Senado decide se há ou não intervenção directa na Catalunha.
Noite fora há jornada de futebol, com o Benfica a receber um Feirense desafiante e o Sporting a ter uma difícil deslocação a Vila do Conde.
Mais logo chega-nos também uma boa surpresa. Conta-nos a Joana Amaral Cardoso: "Já se ouve a música do genérico, como se a cassete tivesse acabado de rolar e de encaixar no videogravador. Stranger Things, a surpresa do Verão passado, regressa esta sexta-feira à plataforma do presente, o Netflix, para o seu segundo acto".
Eu volto no próximo acto, já na segunda-feira.
Tenha uma boa sexta-feira e um excelente fim-de-semana.
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