quarta-feira, 18 de outubro de 2017

“É chocante a adulteração das listas de espera para consultas e cirurgias”

“Em nome dos 2600 que morreram antes de serem operados, em nome dos mais de 27 mil doentes que ficaram em lista de espera por uma cirurgia nestes últimos três anos, e em nome da verdade, da transparência e da seriedade, a Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos exige ao Ministério da Saúde a divulgação da correta lista de espera para consultas e cirurgias na região Centro, sem recurso irregular de limpeza de ficheiros e manobras administrativas”.
O pedido do presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM), Carlos Cortes, surge na sequência da divulgação da auditoria do Tribunal de Contas ao acesso a cuidados de saúde no Serviço Nacional de Saúde, no âmbito da qual se concluiu que os resultados apresentados publicamente são falsos.
“O Ministério da Saúde, através da  Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), apagou pedidos de consultas e cirurgias, falseou listas de espera, enganou os doentes, desvalorizou o seu sofrimento. É a indignidade e o colapso da ACSS!”, lamenta Carlos Cortes. “A SRCOM já alertou por diversas vezes a falsidade dos dados apresentados pela tutela, face às denúncias de profissionais e doentes. Esta auditoria do Tribunal de Contas prova esta dura realidade e dá razão às denúncias da SRCOM”, sublinha.
Para evitar que a ACSS seja um instrumento de marketing político, tem de existir uma entidade externa a verificar o procedimento dos hospitais, defende Carlos Cortes. “Combater a diminuição artificial das listas de espera e tempos de espera de consulta é estar a defender os doentes que acorrem ao Serviço Nacional de Saúde e valorizar o trabalho dos profissionais”.
A SRCOM apela: “A ACSS tem de divulgar dados rigorosos, os registos nos hospitais não podem falsear os pedidos de quem sofre.”.
“As cativações financeiras têm rosto humano no Serviço Nacional de Saúde. A SRCOM tudo fará para defender o SNS e conhecer a verdade dos números na Região Centro”, concluiu Carlos Cortes.

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