quarta-feira, 18 de outubro de 2017

NÓBREGA, 500 ANOS DEPOIS

Paulo Roberto Campos
O Pe. Manuel da Nóbrega, abençoando as tropas lusas que, sob o comando de Estácio de Sá, partiam para expulsar os invasores franceses da Baía da Guanabara. A seus pés, ajoelhado, vemos o Pe. Anchieta.
Em São Vicente (SP), o Pe. Manuel da Nóbrega, abençoando as tropas que, sob o comando de Estácio de Sá, partiam para expulsar os invasores franceses do Rio de Janeiro. A seus pés, ajoelhado, vemos o Pe. Anchieta. Pintura de Benedito Calixto, Palácio São Joaquim (RJ).
O Padre Manuel da Nóbrega, qualificado a muito justo título de “Primeiro Apóstolo do Brasil”, nasceu em 18 de outubro de 1517 — exatamente há cinco séculos — em Sanfins do Douro, Província de Trás-os-Montes (Portugal), e faleceu no Rio de Janeiro em 18 de outubro de 1570, dia em que completava 53 anos.
O Brasil, em seu processo civilizatório, muito deve ao monumental esforço do Padre Nóbrega, que juntamente com o Padre Anchieta e outros heroicos missionários catequizaram, civilizaram e salvaram nossos indígenas, libertando-os de seus costumes tribais que incluíam práticas de bruxaria, canibalismo etc.
O Pe. Manuel da Nóbrega, abençoando as tropas lusas que, sob o comando de Estácio de Sá, partiam para expulsar os invasores franceses da Baía da Guanabara. A seus pés, ajoelhado, vemos o Pe. Anchieta.
Hoje, entretanto, uma nova corrente de missionários indigenistas procura relegar e silenciar a memória desses gigantes da fé, e até mesmo desprezar sua fantástica epopeia.

Ao mesmo tempo, desejosos de deitar por terra o nosso passado glorioso, esses neomissionários esquerdistas agitam o País com arengas favoráveis ao primitivismo dos indígenas, promovendo, por exemplo, a demarcação de suas terras para que nelas vivam como num zoológico, distantes e sem o bafejo da civilização, inflamando-os contra os brancos, provocando uma fratricida luta de raças e de classes.
Em memória do V centenário do nascimento do grande Padre Manuel da Nóbrega, segue uma análise de Plinio Corrêa de Oliveira, extraída de sua obra Tribalismo Indígena, ideal comuno-missionário para o Brasil no século XXI, publicada em 1977.
“Quomodo obscuratum est aurum! Como chegou a tornar-se escuro o ouro! — exclama o profeta Jeremias (Lm. 4, 1).
Desde Nóbrega e Anchieta, a luminosa atuação dos missionários em nosso País consistiu em evangelizar, educar, civilizar nossos irmãos silvícolas.
Mas o ouro inestimável, ao qual a ação missionária tradicional pode ser comparada, obscureceu-se.
O Pe. Manuel da Nóbrega, abençoando as tropas lusas que, sob o comando de Estácio de Sá, partiam para expulsar os invasores franceses da Baía da Guanabara. A seus pés, ajoelhado, vemos o Pe. Anchieta.
Em nossos dias, uma poderosa corrente missionária, influenciada pelo progressismo cada vez mais difundido em nossos meios eclesiásticos, visa precisamente o contrário: proclama o estado dos silvícolas como a própria perfeição da vida humana, opõe-se à integração do silvícola na civilização, afirma o caráter secundário — quando não a inutilidade — da catequese, e não poupa críticas à ação dos grandes missionários de outrora, nem mesmo a de Nóbrega e Anchieta, os quais o Brasil todo venera.

Do fundo de nossas selvas, esses neomissionários lançam apelos em prol da luta de classes, que desejam ver corroendo, até às entranhas, o Brasil civilizado.
O estudo do pensamento dessa corrente neomissiológica é indispensável para quem queira conhecer a grande crise da Igreja no Brasil. E compreender de que maneira essa crise tende a contagiar o País, transformando-se, de crise da Igreja, em crise do Brasil”.
Fonte: ABIM

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