David Dinis, Director
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Bom dia!
Depois de um dia louco, a noite não foi muito agitada - mas trouxe-nos algumas boas notícias. Aqui estão elas:
Foi anunciado um acordo de reconciliação na Palestina. As negociações no Cairo entre os rivais do Hamas e Fatah chegaram a um final feliz, anunciou o chefe do Hamas, sem adiantar ainda pormenores. Hoje saberemos mais, anuncia a Reuters.
O acordo de paz na Colômbia ganhou estatuto. O Tribunal Constitucional do país determinou que os próximos três governos serão obrigados a cumpri-lo sem alterações. A decisão protege o novo partido marxista que derivou das FARC e deixa sem margem de contestação os partidos de direita que o contestam. Mas pode dizer-se que assegura um longo período de tranquilidade.
Donald Trump ameaçou retirar a licença televisiva à NBC - e a outras televisões americanas que mantenham no ar notícias sobre uma reunião na Casa Branca que acaba com o seu secretário de Estado a chamar-lhe "imbecil". Nessa conversa, alegadamente, o presidente pedia um reforço da capacidade nuclear do país.
Os incêndios na Califórnia parecem não ter fim. O número de mortos subiu já para 23, há mais de 3500 edifícios destruídos e 550 desaparecidos.
No Público de hoje
Vamos por etapas?
Começo pela Operação Marquês, para lhe deixar o guia possível para as 4000 páginas da acusação, que ontem foi conhecida:
- Comece pela síntese que lhe fizemos, puxando por um 'detalhe', pelos dois principais acusados e pela rota do dinheiro: Salgado terá pago seis milhões a Sócrates para se opor à OPA da Sonae. Aqui é obrigatório fazer o disclaimer: a Sonae é proprietária do Público. E acrescentar uma linha: isto é o que diz a acusação, agora tornada pública.
- Prossiga pela parte empresarial: a PT terá entregue ao Grupo Espírito Santo mais de 8,4 mil milhões de euros, contas do Ministério Público para mostrar a importância do controlo da PT por Salgado.
- Voltando a José Sócrates, encontra aqui os 31 crimes de que é acusado (e o porquê). Também lhe deixámos um mapa que mostra os crimes dos 28 arguidos e uma cronologia da Operação Marquês.
- Pela frente ainda vamos ter isto: 15 novas investigações, que saíram da Operação Marquês; e um julgamento que chegará daqui a um ano.
- Passe ainda pelas reacções: as da defesa de Sócrates, que pede o afastamento do juiz Carlos Alexandre; e as dos políticos, com os socialistas de pé atrás.
- Por fim, vale a pena ler o Editorial do Manuel Carvalho ("Uma acusação entre o desconforto e o alívio") e o texto do João Miguel Tavares ("Sócrates não merece cair sozinho").
Agora as novidades do Orçamento - e são muitas: a esquerda prepara uma subida do imposto sobre empresas com mais lucros (novidade contada pelo líder parlamentar do PCP na entrevista ao PÚBLICO e Renascença); o alívio no IRS vai para 1,2 milhões de famílias, menos do que antes dizia o Governo, sendo que o limite desse alívio vai ficar nos 3200 euros brutos (diz o Negócios); quanto às progressões no Estado, vão acelerar... em 2019; para quem trabalhar por conta própria, conte com uma isenção de IVA mais ampla. Já agora falando também de impostos, prepare-se para pagar mais quando pedir uma bebida com álcool - ou com açúcar. Para já, é o que sabemos.
Anote também a última decisão sobre o Novo Banco: o Estado pode vir a injectar mais do que os 3,9 mil milhões já previstos, explica a Cristina Ferreira, anotando o emagrecimento que foi imposto por Bruxelas ao banco.
No PSD, ontem foi dia de Rui Rio se lançar, pondo-se ao centro e recusando ser muleta de Costa (com o PCP a mostrar-se desconfiado). Em pista própria, um grupo de jovens faz uma "rodagem" para testar uma terceira via. Falando em testes, veja as quatro mensagens que Santana quer passar para dentro do partido. Para mostrar que o tempo volta mesmo para trás, deixámos-lhe ainda esta história das lideranças do PSD (ou deveríamos dizer PPD/PSD?).
Breve passagem ainda por duas outras geografias:
Na Madeira há uma remodelação em curso: saem três e entram três, com Miguel Albuquerque a puxar por um novo número dois.
E em Maputo, uma crise diplomática em pleno: Moçambique ignora sucessivos pedidos de audiência da embaixadora de Portugal - e deixa-nos em branco sobre o desaparecimento de um empresário.
Pôr leituras em dia
No meio de tanta informação, deixo-lhe pistas para uma pausa produtiva:
1. Três leituras sobre a crise catalã. A primeira é uma actualização de dados, feita pela Ana Fonseca Pereira. A segunda é um novo texto do nosso Jorge Almeida Fernandes, olhando para "minas e armadilhas". A última é o texto de Francisco Assis, confiante numa solução.
2. Sobre a selecção nacional, faltava dizer isto: quando for para o Mundial da Rússia, só podem seguir caminho 23 jogadores. Nesta qualificação, houve bons sinais de renovação, mas há sectores do campo em que faltam opções. As dores de cabeça de Fernando Santos são estas. Mas já agora dou-lhe também esta segunda leitura: eis os estreantes, os regressados e os que ficaram sem voo para Moscovo.
3. Falando em espectáculo, ponha os olhos neste: o clássico Dido e Eneiasreinventou-se com uma ajuda de Gonçalo M. Tavares. Mas que bela ideia, Gonçalo Frota.
4. Da ciência, vem uma explicação útil: a sensibilidade à injustiça económica pode significar maior risco de depressão. O texto é da Andrea Cunha Freitas.
Hoje vamos ter...
Um conselho de ministros para fechar o Orçamento, antes da entrega amanhã no Parlamento. Uma conferência de imprensa de Ricardo Salgado, pelas 11h00, sobre a acusação da Operação Marquês - ao mesmo tempo em que começa o congresso dos juízes, com a PGR presente. A entrega do relatório sobre Pedrógão Grande, pelos técnicos independentes que o Parlamento nomeou. E, lá por fora, a comemoração (tremida) do dia de Espanha e o final de mais uma ronda de negociações sobre o Brexit com a UE.
Como vê, o dia não será mais calmo do que o de ontem.
Mas não há problema: nós aqui estaremos, prontos para o manter a par. E para lhe mostrar o Inimigo Público, que anda louco a fazer piadas sobre Sócrates, Rui Rio e Madonna.
É isso mesmo: venha um dia bom, feliz e produtivo.
Até já!
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