terça-feira, 14 de novembro de 2017

EDITORIAL | O ser humano está dilacerado...

O homem vive dias difíceis, em meio a todo tipo de doenças, ameaças de guerras, terrorismo e outros desequilíbrios sociais. O ser humano está dilacerado, perdido e desesperado. Violência, injustiças, morte e corrupção são lugar-comum na sociedade e muitos já perderam a esperança de que alguém seja capaz de apresentar alguma saída.
A confiança e a esperança nas instituições há muito que está numa crise total. As pessoas deixaram de confinar umas nas outras. Contudo, continuam a depender uma das outras, vai-se lá saber porquê! A autonomia, a liberdade que conquistaram não lhes basta. No sofrimento, na doença, no luto, no desespero, pelo caminho das vicissitudes da vida, cruza-mo-nos uns pelos outros, sempre de olhos cravados no chão. Porque será? A que se deve este comportamento?
Porque deixou de haver confiança, aquela confiança genuína que em tempos havia, em que à palavra era atribuído mais valor do que ao dinheiro.
Diziam os mais velhos que:”quem não confia, não é de confiar”. Confiei demasiado em certas pessoas, que ocupam lugares com algum relevo, e delas dependem algumas decisões justas, outras nem tanto. Tenho cá para mim, que algumas decisões são tomadas com o intuito de prejudicar, chatear, condicionar, senão mesmo para demonstrar que, ali quem manda são elas, ponto. Não são dignas de lá estar...
Resultado de imagem para barretes na cabeçaO descrédito nas instituições sustentadas com o dinheiro dos impostos, pagos com língua de palmo tornou-se assustador. Logo o sentimento do medo minou tudo, até a coragem de manifestar o desacordo. Se entra pelo caminho desse atrevimento, a perda do emprego pode estar iminente. Assim se passa à subjugação, ao servilismo, qual animal a saciar a fome com as migalhas que caem da mesa do senhor.
Bem podia revelar as instituições e as pessoas em quem confiei cegamente, como ainda as maldades praticadas. Se cada um colhe o que semeia, há-de chegar a vez delas colherem o que semearam, apesar de andarmos por aqui neste mundo emprestados, mais empenhados em infernizar a vida do próximo do que manifestar gestos solidários.

J. Carlos

Director

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