terça-feira, 14 de novembro de 2017

360º - Os efeitos da seca: um Natal sem queijo da Serra, um verão sem cerejas e pinhões a 100 euros; e a Itália fora do Mundial 60 anos depois

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360º

Por Filomena Martins, Diretora Adjunta
Bom dia!
Enquanto dormia... 
... 60 anos depois, a Itália ficou fora de um Mundial de futebol pela segunda vez na história. Um empate sem golos frente à Suécia afastou a equipa de Buffon e companhia da Rússia em 2018: a última vez tinha sido precisamente na Suécia, em 58. Os jornais dividem-se entre porquês, e chamam-lhe maldição, desastre e apocalipse.

Buffon despediu-se em lágrimas aos 39 anos, depois de 20 anos à frente da baliza italiana. Em campo, o guarda-redes ainda deixou mais dois grandes exemplos.

Na última semana para apresentar alterações ao Orçamentoo PSD quer obrigar o Governo a reduzir as dívidas do Estado, enquanto o CDS, entre várias outras propostas,pretende ver eliminado o imposto da batata frita
 
Já os professores estarão em greve geral amanhã e têm protestos diários marcados até final do 1º período. Exigem progressões com retroactivos e, segundo o JN, prometem cercar o Parlamento durante o protesto.

A Fitch também pode tirar Portugal da categoria de 'lixo'Quem antecipa as boas notícias é o Rabobank.

Outra informação importante 
O sexto verão mais quente desde 2000 e o nono mais quente desde 1931, não se nota apenas nas torneiras ou nas albufeiras. Vêm aí efeitos para a carteira de todos: os pinhões já custam 100 euros o quilo, neste Natal não haverá queijo da Serra em muitas mesas e no próximo Verão é melhor não sonhar com cerejas. A Vera Novais passou a semana a fazer contactos para produtores e agricultores, que lhe traçaram um panorama aterrador (para eles e para todos os consumidores).

Mas porque é que não chove em Portugal continental? A culpa é do suspeito do costume: o anticlone dos Açores. Nos próximos dias continuaremos sem chuva, mas com mais frio. 

E é sobre estas alterações climáticas e sobre a forma como o Homem está tratar a Terra que 15 mil cientistas deixaram mais um sério aviso à humanidade: “Em breve será demasiado tarde”.

Em Portugal, a tragédia dos fogos continua a ser notícia. Os incêndios deixaram milhares de árvores queimadas junto às estradas que ainda não foram cortadas. No IP3, já várias caíram em zonas onde passam carros todos os dias. Os bombeiros admitem que pode acontecer um acidente a qualquer altura.

Ontem Marcelo promulgou o diploma que permite o apoio às vítimas dos incêndios, mas com um pedido aos deputadosque reavaliem as medidas para os feridos graves.

Outra tragédia: o sismo na fronteira entre o Iraque e o Irão fez mais de 450 mortosAs fotos são impressionantes.

Na política caseira, o Panteãogate continua a marcar a atualidadeO PSD fez oito perguntas a António Costa sobre o polémico jantar, entre elas com que ministro falou a organização da Web Summit, que tinha o jantar na agenda. As questões sobre o tema queimam (veja as respostas incomodadas de Fernando Medina a uma jornalista da SIC), enquanto as brincadeiras na Internet não páram. E hoje, no CM, o bispo de Beja compara o caso aos "bacanais romanos nos cemitérios".

"Vergonha não foi o jantar, foi o tweet de António Costa", diz José Manuel Fernandes no seu comentário em vídeo. Tem ainda a análise deste caso num BICA, onde a Rita Ferreira e o Miguel Pinheiro se juntam ao José Manuel Fernandes.

Na SaúdeAdalberto Campos Fernandes deu o exemploe pediu desculpas às vítimas do surto de legionela, que já soma 50 casos identificados e cinco mortos.O relatório sobre o caso será debatido na Assembleia dia 29. O ministro anunciou ainda quevai injectar 1,4 mil milhões no seu orçamento para pagar as dívidas aos fornecedores.

Na banca, nota para o BCP que voltou aos lucros e deve manter o seu presidenteNuno Amado, em fim de mandato, diz que "há vontade" para continuar".

Da avalanche global de relatos de assédio sexual, há mais quatro casos relevantesjá são seis as mulheres a acusar George H. Bush, a última tinha 16 anos quando foi assediada; o CEO do estúdio do realizador dinamarquês Lars Von Trier está a ser investigado por nove casos de abuso; o senador americano Roy Moore viu mais uma mulher acusá-lo de violação quando ainda era menor e sobem as pressões para que demita; e no Reino Unido há outra acusação a envolver o Governo de Cameron.

Da passagem de Donald Trump pelas Filipinas ficou umaperto de mão sui generis e uma canção de amor em jeito de serenata, mas a discussão dos direitos humanos resumiu-se a umamera promessa inconsequente. Enquanto isso, nos EUA, Trump Jr. é acusado de trocar mensagens com a Wikileaks e negociar cargos para Julian Assange.

Já em Espanha, a nota do dia vai para as acusações contra Pablo Iglesias, líder do Podemosrecebeu apoios da Venezuela e do Irão, por debaixo da mesa

Os nossos especiais

Tom Waits está de volta. Para já só com reedições, mas um regresso é sempre um regresso e este é um daqueles que não pode passar em branco. O João Bonifácio conta a história deste monstro bom que foi ao inferno e voltou.

E lembra-se de Boniek, o polaco da Juventus que viveu por dentro a tragédia de Heysel Park? Rui Miguel Tovar falou com ele sobre Maradona, Platini, Zoff e tantas outras histórias no Conversas do Forno Interno.

A nossa opinião

  • Rui Ramos escreve sobre o que chama "um Governo de mortos-vivos políticos": "Ninguém perceberá o actual governo se não perceber o enorme conjunto de fracassos que está por detrás dele. Este é mesmo um caso de “mortos agarrados aos vivos", para usar a expressão de Marx".
  • Paulo Trigo Pereira escreve sobre mais dois anos de geringonça: "A prova do pudim, está em comê-lo. A prova de que esta solução governativa pode funcionar está em levá-la até ao fim, 2019. Penso que todos os partidos que a apoiam já o perceberam".
  • José Milhazes escreve sobre Trump e Putin: "Apesar de todos os desmentidos do Kremlin e seus diplomatas a Rússia “passou a jogar numa divisão mais baixa” no campo internacional. Ainda é precisa, mas só para ajudar a resolver problemas regionais".
  • Laurinda Alves escreve sobre o acesso para deficientes: "Enquanto os políticos não percorrerem as suas cidades em cadeiras de rodas ou a empurrar cadeirinhas com bebés e crianças, mas também com velhinhos e doentes, não sabem o que custa a vida".
  • Paulo de Almeida Sande escreve sobre o politicamente correcto: "Usam-se as bandeiras da indignação e mobilizam-se os exércitos dos que, em rebanho, se juntam aos defensores da causa, seja ela qual for. Há uma expressão para isso e é “mais papista do que o Papa”".
Notícias surpreendentes


Sugiro-lhe ainda que espreite os bastidores do musical de Simone Oliveira, entre um cigarro e um whisky.

Para terminar, como de costume, boas fotos. Primeiro as 31 mais impressionantes de Marte, das mais de 2.500 já reveladas pela NASA; e depois as primeiras seis do famoso calendário Pirelli de 2018, que tem um elenco completamente negro.

Agora que já lhe deixei o resumo da atualidade, prepare-se para mais um dia sem chuva, mas onde não faltarão notícias. É só passar pelo Observador

Boa terça-feira 
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