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David Dinis, Director
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Bom dia!
Continua frio, mas as notícias não param.
As desta madrugada vêm todas do outro lado do Atlântico:
A principal bolsa americana teve o seu pior dia em seis anos, caindo mais de 4% numa só sessão, e já empurraram as bolsas asiáticas e europeias para um mau início de dia. Como escreve o Sérgio Aníbal, o medo de uma nova bolha está de regresso aos mercados - e a grande incógnita é se esse medo é fundamentado.
O Congresso americano pôs outro problema na mão de Trump: decidiu libertar um documento que defende a imparcialidade do FBI na investigação à interferência russa na eleições. É, na prática, um contra-relatório, que Trump terá que decidir se publica (prejudicando a sua tese de uma cabala no FBI) ou mantém em segredo (aumentando as suspeitas sobre si). Complicado? O New York Timesexplica
Para complicar mais ainda, os advogados de Trump recomendaram-lhe um voto de silêncio. Ou seja, que o Presidente recuse testemunhar perante o procurador-especial, no Russia Gate. O problema? É que tudo pode acabar numa disputa infindável nos tribunais. O The Guardian diz que já chegou a primeira recusa: a de Steve Bannon.
Para lá do Pacifico, abriu-se uma crise nas Maldivas: o Supremo ordenou a libertação de nove dirigentes da oposição, o Presidente recusou e mandou o Exército invadir o Supremo. Agora, foi declarado o "estado de emergência".
O que marca o dia
O cerco unânime às poluidoras do Tejo. No Parlamento, formou-se um raríssimo consenso: é preciso rever as licenças das empresas que operam no rio e uma maior fiscalização, conta hoje o Luciano Alvarez. As medidas serão gerais, mas apontam a uma só empresa: a Celtejo, do empresário Paulo Fernandes, que ontem viu cortada a sua produção em metade por mais um mês, aguardando a confirmação das análises. O ministro do Ambiente deixou a dica na TVI: pode haver um "crime ambiental". A tudo isto, no Editorial, a Lurdes Ferreira chama "um problema de 12 mil metros cúbicos".
Um problema laboral ao Governo: se, por cá, PCP e BE pedem uma penalização para empregadores de precários, Bruxelas quer menos protecção a contratos sem termo, diz o DN.
O adiamento das novas tabelas da ADSE. A direcção da ADSE diz que vai dialogar com os privados e que está disponível para "acertos" - e para dar novas vantagens a beneficiários.
As dificuldades no Hospital de Beja. A administração reconhece agora um risco eminente de colapso nas urgências de Pediatria e Obstetrícia.
Um desafio para o laboratório militar: o Governo quer que produza mais medicamentos, sobretudo aqueles a indústria deixe de parte.
A incógnita do Montepio: na discussão pública sobre o novo Código das Mutualidades, o supervisor dos seguros pediu para ficarem previstas auditorias especiais ao dono do Montepio.
Duas críticas ao Ministério Público: o ex-ministro Miguel Macedo diz que confunde "a estrada da Beira com a beira da estrada"; e o advogado de Manuel Vicente que "desconsiderou criminosamente" uma escuta a Proença de Carvalho.
Não vamos ter dados sobre o racismo com o próximo Census. Mesmo todos concordando que não há informação suficiente sobre o tema, o grupo de trabalho nomeado pelo Governo não chegou a consenso para questionar a origem étnico-racial no inquérito à população de 2021. (Talvez em 2031?)
Um caminho aberto a António Vitorino: o candidato de Trump à Organização Internacional para as Migrações disse que o Corão incita à violência - e deu um bónus ao candidato português.
Um caminho suspenso no Sporting. Bruno de Carvalho deixou a sua demissão suspensa, à espera de uma assembleia-geral que só virá daqui a duas semanas. Por causa disto.
Dia da internet segura
Comemora-se hoje, como quem nos alerta para um problema que partilhamos. Daí que tenha escolhido alguns textos nossos que podem ajudar a perceber os riscos que há por aí, boas regras para os evitar - ou bons exemplos que elogiamos. Começo por aí, porque a campanha contra as notícias falsas chegou finalmente às escolas, incentivando os mais novos a distinguir "o Norte e o Sul", como nos conta o Samuel Silva.
A propósito de riscos, passe os olhos por esta entrevista: “Os negócios em torno dos dados pessoais são o novo petróleo”. Faz sentido, se pensar que empresas como a Google e o Facebook sabem mais da nossa vida do que muitos dos nossos familiares.
Mas os riscos evitam-se - enfim, na medida do possível. Para nos ajudar, a Karla fez-lhe este guia para diminuir a sua pegada digital. Claro que não resolve tudo. Mas talvez alguns cuidados ajudassem a evitar este novo tipo de criminalidade, como "o engodo das burlas românticas". Haverá alguma coisa mais desagradável do que essa?
A agenda de hoje
Por cá, o Governo tem agenda cheia: António Costa vai a Madrid, falar com Rajoy e abrir uma exposição sobre Fernando Pessoa; o ministro da Educação apresenta o orçamento participativo nas escolas - e sabe se a FNE também avança para uma greve; o ministro da Administração Interna com os representantes dos bombeiros; a ministra da Justiça ouve as queixas do bastonário dos Advogados.
Os partidos também vão andar entretidos: o PCP com o final das jornadas dedicadas ao investimento; a líder do CDS numa visita a Estrasburgo, com encontros marcados à hora: Manfred Weber, Jean-Claude Juncker e Antonio Tajani.
Enquanto isso, Marcelo recebe o escritor Lobo Antunes, convidado do Programa Escritores no Palácio de Belém - para contar histórias aos mais novos.
Mas este será o ponto alto do dia: a descolagem do foguetão mais potente desde Saturno V, que nos levou à Lua (neste caso levando um Tesla a bordo). Uma viagem ainda mais tensa do que a deslocação de Macron à Córsega, onde o braço-de-ferro com o nacionalismo promete dores de cabeça; uma viagem que gera tanta expectativa como a que têm seis países do Báltico, que hoje saberão se têm hipótese de entrar na UE.
Se no fim desta longa jornada lhe faltar a energia, talvez valha a pena seguir a lista do Pedro Garcias, na Fugas: e os melhores do ano no vinho português são...
Dia bom, até amanhã!
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