Bom dia. Ainda estamos em modo de celebração de Stephen Hawking e dos caminhos para as estrelas que ele nos abriu, mas deixamos essas notas mais para o fim. Comecemos por outros percursos, tão sinuosos quanto esses.
Da nossa manchete vem a história, contada pelo Manuel Carvalho, sobre a intenção do governo em abrir 3600 quilómetros contra o fogo, 2400 deles em terrenos privados. A determinação do executivo está bem à mostra na entrevista que a Natália Faria fez ao ministro Capoulas Santos, onde se clarificam as intenções face à época de fogos que se aproxima depressa. Caminhos que nascem no digital e passam para o real são os da Uber (e dos outros operadores), que terão lei para enquadrar a sua atividade em finais de junho – com uma factura de valor ainda desconhecido.
Quem também anda na berlinda, com custos súbitos que despertaram a ira dos consumidores, é a EDP: são às centenas as queixas contra o operador de electricidade que de repente chegaram às mãos de muitos portugueses. A Rosa Soares conta-nos essa história e conta também outra, sobre os aumentos ilegais aplicados pelas operadoras de telecomunicações em 2016 que serão julgados em tribunal.
Um verdadeiro buraco no meio do caminho é o que terá sido encontrado pelo Observatório da Associação Nacional de Farmácias, que reconhece a falta de quatro milhões de embalagens de medicamentos por mês na rede. E por caminhos tortuosos anda também a RTP: depois da troca do diretor de programas, agora é (semi)-anunciada a mudança do diretor de informação da estação pública, num processo complexo e estranho que a Liliana Borges dá a conhecer.
Já a nossa Teresa de Sousa caminhou com o primeiro-ministro António Costa por Estrasburgo, onde foi defender o seu modelo de financiamento da União – que passará por impostos europeus. Ali perto, em Bruxelas, a Comissão Europeia pediu a Mário Centeno um... “caminho de reformas”. Continuando a subir, desta vez no sentido noroeste, encontramos os caminhos cruzados da diplomacia entre Londres e Moscovo: Theresa May anunciou o maior pacote de represálias ao Kremlin e apresentou queixa junto das instituições internacionais, por causa do assassínio de um antigo espião e da sua filha com arma química em solo inglês. Já por terras de Paris, a crescente arrogância do presidente francês começa a ser testada com uma saída para a rua dos reformados, o sector que mais apoiou Macron.
Tome também nota da grande divisão que está a surgir no Irão, um dos países muçulmanos em que a questão dos direitos femininos está a aumentar a temperatura das discussões: o presidente da Câmara de Teerão foi obrigado a demitir-se pelos ultraconservadores depois de ter apoiado o protesto das mulheres. E no início da manhã chegou finalmente a confirmação do resultado na eleição da Pensilvâniaconcluída 36 horas antes, que confirma que os caminhos de Trump neste ano serão, no mínimo, muito acidentados.
Ainda antes de Hawking, deixo outro obituário que vale a pena ler: o trabalho da Bárbara Wong sobre Berry Brazelton, o revolucionário que mudou a face da pediatria. E chegamos à longa lista de trabalhos sobre o cientista famoso que nos levou às estrelas e que com isso se tornou também uma estrela: é obrigatório começar pela excelente biografia sobre o cientista e o homem que nos ajudou a sonhar com os buracos negros a partir de uma cadeira de rodas; e o trabalho sobre a forma como a cultura popular incluiu Hawking leva-nos a Pink Floyd, aos Simpsons e ao cinema. Não perca também o excelente trabalho infográfico que saiu das mãos e das cabeças da Teresa Firmino e da Cátia Mendonça, com 13 momentos sobre a história de tudo que são inspirados pelo cientista britânico que nos pôs a olhar para as estrelas. E, das muitas homenagens que foram sendo feitas, destaco três: o texto de Arlindo Oliveira, presidente do Instituto Superior Técnico; a opinião de Vítor Cardoso, físico do Centro de Astrofísica; e a magnífica entrevista da Andrea Cunha Freitas ao físico e divulgador de ciência Carlos Fiolhais, que é uma viagem por uma existência que foi muito para lá daquilo que costumamos entender como vida. Foi a nossa maneira de recuperar alguns dos caminhos das estrelas que Stephen Hawking abriu. Obrigado a ele.
E obrigado a si por nos ler. Continuamos aqui, hoje e sempre para o servir.
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