quinta-feira, 15 de março de 2018

TELECOMUNICAÇÕES Compra da TVI é boa para o país? “Não sei a que país se refere” a Altice

António  Larguesa

15 de março de 2018 às 14:14


Paulo Azevedo reagiu com ironia às mais recentes declarações do líder da Altice Portugal sobre a aquisição da dona da TVI, garantindo ainda que não foi notificado da queixa-crime anunciada pela proprietária da PT/Meo.
Compra da TVI é boa para o país? “Não sei a que país se refere” a Altice
O chairman e co-CEO da Sonae voltou a falar de "muitos inconvenientes" na possibilidade de compra da Media Capital por parte dos franceses da Altice, isto depois de em Outubro de 2017, a propósito de uma não decisão da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), ter dito que o negócio poderia levar à "descoberta de uma Operação Marquês dez vezes maior".

Questionado sobre as declarações do CEO da Altice Portugal, Alexandre Fonseca, que numa entrevista ao DN, publicada também esta quinta-feira, 15 de Março, se mostrou "profundamente convencido de que o negócio irá avançar" e que esta é uma operação "fundamental para o país", Paulo Azevedo respondeu com ironia: "Não sei a que país é que ele se está a referir".

Durante a conferência de imprensa de apresentação de resultados referentes a 2017, em que os lucros da Sonae desceram para 166 milhões de euros, o gestor nortenho sublinhou ainda que não chegou a ser notificado relativamente a uma queixa-crime que a Altice anunciou que iria fazer contra si próprio na sequência das polémicas declarações prestadas em Outubro.

Nessa altura, a propósito da decisão da ERC sobre a falta de consenso no parecer sobre a operação de compra da dona da TVI pela proprietária da PT/Meo, Paulo Azevedo teceu duras críticas ao presidente do regulador dos media, Carlos Magno.

"Acredito que esta não decisão carece de sustentação legal, mas sinto o dever de dizer bem alto que estamos a assistir a uma tentativa de deixar passar uma operação que provocará um grave e perigoso enfraquecimento da resiliência e qualidade da nossa sociedade", salientou, acrescentando então a concretização do negócio "criará as condições para que daqui a dez anos possamos estar todos indignados com a descoberta de uma Operação Marquês dez vezes maior".

Fonte: Jornal de Negócios

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