Os portugueses gastam cerca de 70 euros por mês com transportes, um setor que tem um grande peso nas despesas mensais das famílias, revelou um estudo realizado pela Deco em seis cidades.
As cidades analisadas pela Deco – Associação de Defesa dos Consumidores, entre novembro e dezembro de 2017, foram Braga, Porto, Aveiro, Coimbra, Lisboa e Setúbal.
“Muitos portugueses continuam a fazer uma ginástica financeiro brutal para mensalmente pagar as despesas decorrentes dos transportes sejam eles coletivos ou privados. Continua a ser uma das despesas com mais peso nas famílias”, disse à Lusa Bruno Santos, das Relações Institucionais da Deco.
Setenta euros é o gasto de referência assumido pelos inquiridos, mas em Lisboa, por exemplo, o gasto é superior, com um terço dos inquiridos a referir gastar mais de 100 euros.
O estudo, realizado com o objetivo de saber qual a utilização que os portugueses fazem dos transportes públicos e particulares nas suas deslocações diárias entre casa e o trabalho e as escolas dos filhos, por exemplo, revelou também que a maioria dos cidadãos continua a optar pelo carro próprio porque as soluções de transportes públicos não estão ajustadas às suas necessidades.
O carro continua a ser, para a maioria dos cidadãos que responderam ao inquérito, “o meio de deslocação preferencial” devido, segundo explicam, “à falta de uma rede de transportes públicos que supra necessidades reais”.
Os cidadãos apontaram críticas às infraestruturas em mau estado ou mal concebidas, ao comportamento dos condutores e à dificuldade em estacionar em lugares não pagos, o que aumenta ainda mais o peso no orçamento.
“Uma boa parte dos condutores que nos responderam demora mais de 15 minutos, pelo menos uma vez por semana, a encontrar um lugar sem ter de depositar moedas”, é realçado pela Deco, que acrescenta que 20% dos inquiridos “sentem que o seu rendimento mensal condiciona a escolha do transporte”.
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