A Coimbra Business School lança em junho uma pós-graduação em "Gestão do Desporto para Dirigentes" para colmatar a falta de formação especializada dos dirigentes portugueses, considerado um dos principais problemas do desporto nacional, foi hoje anunciado.
"Em Portugal, existe claramente uma lacuna de formação para os vários dirigentes desportivos, porque hoje em dia liderar ou colaborar num clube, mesmo que amador, já não é a mesma coisa de há 20 ou 30 anos", salientou à agência Lusa Pedro Marques Santos, coordenador da pós-graduação.
Para o responsável, existe atualmente um conjunto de desafios, "independentemente de se estar a falar de uma Sociedade Anónima Desportiva, uma organização profissional ou uma organização amadora", nomeadamente ao nível do financiamento, marketing, planeamento, comunicação e recursos humanos.
"A exigência à volta dos clubes - em particular das equipas de futebol - é cada vez maior. Um dos grandes desafios do sucesso desportivo passa não só por dotar os clubes com atletas e equipas técnicas capazes de alcançarem bons resultados, mas também por construir uma estrutura profissional que saiba enquadrar a atividade desportiva", referiu.
Em qualquer modalidade desportiva "há uma exigência maior a todos os níveis para que os atletas sejam autênticas máquinas de produção e rendimento e às pessoas que os treinam também se exige um conjunto de requisitos, nomeadamente formação e certificação", sustenta Pedro Marques Santos.
"Ao dirigente desportivo, que por acaso está na tomada das decisões das organizações desportivas, não se tem exigido nada", frisa o coordenador do curso, que é também diretor técnico da formação da Académica de Coimbra - Organismo Autónomo de Futebol.
Salientando que a "esmagadora" maioria dos dirigentes desportivos em Portugal é amadora, Pedro Marques Santos considera que existe uma "necessidade reconhecida por todos" de formação e que é necessário trabalhar para aumentar a qualificação dos decisores.
Segundo o coordenador da pós-graduação em "Gestão do Desporto para Dirigentes", a permanente insustentabilidade financeira ou os fenómenos cíclicos de crises ligadas à verdade desportiva ou à violência são fruto da falta de competências e formação dos dirigentes desportivos.
"Na origem de questões nefastas para o desporto que surgem diariamente, não são os jogadores ou treinadores que são os protagonistas, mas sim, claramente, os dirigentes desportivos", sublinhou.
O árbitro internacional Artur Soares Dias, Fernando Parente, vice-presidente do Braga, Miguel Ribeiro, diretor-geral do Rio Ave, Dimas Pinto, presidente da Associação Portuguesa de Gestão do Desporto, ou Marco Carvalho, diretor de Comunicação do Rio Ave, são alguns dos docentes da pós-graduação em "Gestão do Desporto para Dirigentes".
Paralelamente à gestão, a legislação e os principais regulamentos aplicados ao desporto ocupam módulos importantes do curso, juntamente com a arbitragem, ética desportiva, psicologia, gestão de recursos humanos ou comunicação e marketing.
O curso arranca entre a segunda e terceira semana de junho, disponibilizando um total de 20 vagas.
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